AJUDA O deputado Ninho mandou carta aos colegas deputados pedindo ajuda para disputar a reeleição (Crédito:Sergio Frances)

O dinheiro curto nas eleições deste ano vem produzindo situações inusitadas. Como deputado pedir ajuda a deputado para disputar o pleito de outubro. Esse é o caso do ex-deputado Severino Ninho (PSB-PE). Nas eleições passadas, ele ficou como suplente e chegou a assumir por um período. Ninho enviou carta aos colegas deputados federais pedindo uma “mãozinha”. Na carta, ele pedia que os deputados abrissem mão de “uma pequena parte” das verbas destinadas a eles para ajudar a sua candidatura. Na carta, ele diz que o PSB definiu destinar R$ 28 milhões para reeleger os atuais detentores de mandato. E R$ 17 milhões para todos os outros. Isso gera, segundo Ninho, um “quadro de absoluta falta de recursos”.

Renúncia

“Salvo uma mãozinha de vocês, abrindo uma pequena parte dos seus recursos em meu favor (principalmente a bancada de Pernambuco), até o dia 30 terei de renunciar à minha candidatura”, diz Ninho na carta. Ele diz que sua presença na lista de candidatos poderia injetar entre 35 mil e 50 votos para o PSB em Pernambuco, levando à eleição de um parlamentar a mais.

Renovação

“Peço que não entendam isso como pressão, mas como um apelo e uma informação para todos”, completa Ninho. A história do candidato reforça uma impressão dos analistas. Os poucos recursos do Fundo Partidário com distribuição definida pelas direções de cada legenda e o pouco tempo de campanha levarão a uma renovação muito baixa do Congresso.

Efeito Lula

Victor Moriyama

Por conta do caso Lula, ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já defendem nos bastidores mudanças para as próximas eleições. A principal delas: a proibição de que um candidato possa fazer campanha antes de ter seu registro deferido pela Justiça Eleitoral. Os ministros entendem que esse tipo de instrumento poderia inibir embaraços como os produzidos pelo PT, forçando uma situação por conta da sua popularidade.

Rápidas

* Levantamento preliminar feito pela Queiroz Assessoria Parlamentar e Sindical, do analista Antônio Augusto de Queiroz, aponta que a renovação da Câmara deverá ser a mais baixa de todos os tempos.

* Dos atuais 513 deputados, 407 tentarão a reeleição. E, de acordo com o levantamento, todos com boas chances de vitória. Além deles, 18 suplentes que em algum momento exerceram o mandato também estão na disputa por vagas.

* A maior parte de nomes novos com chances não representa renovação, mas o que a pesquisa chama de “circulação de poder”. São políticos já conhecidos que exerceram outros cargos e agora tentarão a Câmara.

* Começa nesta semana o curso gratuito do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) “Desafios e oportunidades na economia digital”. O objetivo é apoiar governos a definir políticas públicas voltadas para a participação ativa de empresas e instituições.

Retrato falado

“Igualdade salarial e mais mulheres na política” (Crédito:Alan Marques/Folhapress)

Na estratégia que adota ao atacar Jair Bolsonaro, o candidato Geraldo Alckmin publicou vídeo nas redes sociais abordando um tema que tem sido um calo para o ex-capitão: a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Enquanto Bolsonaro insiste que a questão já está definida na CLT, Alckmin compromete-se em trabalhar para garantir a isonomia de salários. Reforça que escolheu uma mulher — a senadora Ana Amélia, do PP — para vice e que vai reforçar a presença feminina em seus ministérios.

Toma lá dá cá

Suely Campos, governadora de Roraima (Crédito:Roberto Stuckert Filho/PR)

Por que a senhora pediu o fechamento da fronteira com a Venezuela?
Fomos obrigados diante da negativa da União em atender os pedidos de ajuda que fizemos, como o efetivo controle policial e sanitário de imigração. Pedimos também R$ 184 milhões para comprar remédios, material para cirurgias, aparelhamento da polícia e garantir educação para alunos estrangeiros.

Roraima não consegue lidar com o problema?
Entram entre 700 e 800 pessoas por dia. Nos últimos 4 anos, entre 40 e 60 mil venezuelanos se fixaram no Estado. Nossa população aumentou 10%.

E a repercussão negativa na ONU, por exemplo?
Por que a ONU não cobra do governo de Nicolás Maduro as graves violações de direitos humanos no país?

Cassinos

Os grupos de lobby que atuam pela liberação do jogo no país apostam que o tema voltará à discussão no Congresso depois das eleições. Há dois projetos sobre o tema tramitando, um na Câmara e outro no Senado. Entre as posições mais extremas, que ou mantêm a proibição do jogo ou o liberam sem qualquer restrição, cresce uma posição intermediária, que propõe a criação de áreas específicas para resorts integrados, onde os cassinos entrariam como chamariz para alavancar o turismo, especialmente de eventos e negócios. No caso, o modelo que se propõe se assemelha ao que foi feito na cidade-estado de Singapura, no sudeste da Ásia.

Singapura

Em Singapura, investiu-se R$ 32 bilhões na construção de dois resorts. Criou-se 90 mil empregos e o número de turistas saltou de 9,7 milhões em 2009 para 17,4 milhões em 2017. A receita com turismo passou de R$ 51 bilhões para R$ 107 bilhões. O número de turistas estrangeiros no Brasil é de 6,5 milhões.

Rolos digitais

Expedientes pagos para ganhar audiência nas redes sociais não são uma exclusividade do PT. Na prestação de contas da sua candidatura à prefeitura do Rio em 2016, Flávio Bolsonaro apresentou uma nota fiscal em nome da empresa Sprinklr Brasil Ltda, para “aquisição” de seguidores. O serviço custou R$ 6 mil e previa a obtenção de 30 mil novos seguidores.

Leo Martins / Agencia O Globo

Impulsionamento

Na Câmara, vários deputados candidatos têm utilizado a plataforma de impulsionamento do Facebook para obter novos seguidores. Somente na atual legislatura, 41 deputados gastaram R$ 180 mil com este tipo de serviço. O que mais gastou foi Evandro Roman (PSD-PR), que pagou R$ 22,8 mil para dar mais visibilidade às postagens da sua página oficial.

Bancada da PF

Fabiano Rocha

Integrantes e ex-integrantes da PF, aproveitando a popularidade da Operação Lava Jato, apresentaram vários nomes para compor uma bancada suprapartidária de candidatos ligados à instituição. Ao todo, são 28 nomes apoiados pelo bloco “Pra Frente Federais”. O mote da campanha é lutar pelo fortalecimento da Segurança Pública.