Os Estados Unidos anunciaram que organizarão em setembro, junto com dez países do Sudeste Asiático, manobras navais inéditas, em um contexto de disputa crescente nesta região entre Washington e Pequim.

A US Navy é tradicionalmente a força naval dominante no Sudeste Asiático, mas o aumento da presença americana ocorre em um momento de escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, participou em agosto de uma cúpula regional com dez países-membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), com o objetivo de promover a estratégia “indopacífica” do presidente Donald Trump, que tem como objetivo desafiar a China.

A marinha americana e as de dez países da Asean organizarão manobras militares conjuntas em 2 de setembro, indicou na sexta-feira à noite a embaixada dos EUA em Bangcoc.

Estes exercícios começarão a partir de uma base naval no leste da Tailândia e ocorrerão sobretudo nas águas do sul do Vietnã, informou a mesma fonte.

Washington e Pequim, imersos em uma guerra comercial desde 2018, disputam o controle do mar da China Meridional, no qual as autoridades chinesas reivindicam por motivos históricos a soberania de quase todas as ilhas e recifes.

O gigante asiático defende suas reivindicações nesta zona, crucial para o comércio mundial, instalando armamento em pequenas ilhas.

Os Estados Unidos consideram que estas ações põem em risco a segurança da região e a marinha americana realiza regularmente operações conhecidas como “liberdade de navegação”, para enfrentar a China.

Apesar das diferenças sobre o controle desta zona com quatro países-membros da Asean (Malásia, Vietnã, Filipinas e Brunei), Pequim realizou no ano passado exercícios militares conjuntos com esta organização regional asiática.