Resumo:
- Uma mulher foi indiciada pelo assassinato da mãe e filha em Belo Horizonte (MG).
- Crime teria ocorrido por vingança, após a idosa confrontar a filha sobre o dinheiro para o financiamento do apartamento.
- Mulher estrangulou a mãe e, no dia seguinte, matou a própria filha após dar a opção de morrer ou ir para um abrigo.
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu na segunda-feira (27) que uma mulher, de 34 anos, apontada como autora dos assassinatos da mãe, 67, e da própria filha, 10, ocorridos no dia 15 de março, no bairro Piratininga, em Belo Horizonte (MG). Ela confessou o crime e, por isso, foi indiciada por homicídio qualificado com o agravante de motivo fútil.
Representantes do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) relataram em coletiva de imprensa que o crime teria ocorrido por vingança. Conforme as investigações, a mulher morava com a mãe e a filha no mesmo apartamento. A idosa ajudava a indiciada a pagar o financiamento do imóvel. Mas teria descoberto que a residência já estava quitada desde novembro de 2022 e foi confrontar a mulher.
Nesse momento, a idosa foi estrangulada com um golpe “mata-leão” no dia 13 de março. “Depois de matar a mãe, a mulher cobriu o corpo com um lençol e jogou borra de café ao redor para evitar o mau cheiro”, informou a Polícia Civil.
Como era a idosa que arcava com as contas da residência, a mulher percebeu que não teria como sustentar a sua filha e resolveu matá-la no dia 14 de março. Porém, antes de cometer o crime, ela decidiu conversar com a criança. “Em uma situação inusitada e repugnante, ela (suspeita) deu opção à filha que seria morrer ou ir para um abrigo, algo que chocou a todos nós no transcorrer da investigação”, afirmou a chefe do DHPP, Leticia Gamboge.
A Divisão Especializada de Investigação de Crimes Contra a Vida (DICCV) informou que, no primeiro momento, a mulher tentou cortar os pulsos da criança. Mas não conseguiu porque a faca não estava muito afiada e a menina gritava muito de dor.
Depois, tentou estrangular a própria filha, assim como fez com a mãe, mas a criança se debatia. Então a mulher amarrou as mãos da menina para trás e a asfixiou.
No dia 15 de março, ela destravou o registro do gás da residência e colocou a cabeça sobre o fogão, provavelmente na tentativa de cometer suicídio, segundo a Polícia Civil. Os vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros e a mulher foi levada para um hospital da região.
Depois, ela precisou ser transferida para o sistema prisional, onde foi internada na unidade hospitalar.
“Essa mulher (suspeita) é uma pessoa extremamente manipuladora, fria e possessiva. Ela tinha todo o controle da casa, não trabalhava (…), não queria fazer o serviço da casa nem trabalhar fora, não queria tomar conta da própria filha”, afirmou a delegada Iara França.
A Polícia Civil ressaltou que a mulher não possui histórico de depressão ou uso de medicamento.