Os dados do monitoramento do Instituto Geológico foram apresentados em abril aos secretários de Meio Ambiente dos municípios litorâneos, em uma reunião no Guarujá. Em um segundo encontro há duas semanas, em Cananeia, os gestores lançaram um manifesto e decidiram estabelecer um fórum permanente.

No manifesto destaca-se a previsão de que, até 2050, a combinação de mudanças climáticas globais, eventos extremos, marés e ressacas poderão elevar o nível do mar em até 1,60 metro além do registrado em 2000, colocando “bairros inteiros do litoral paulista literalmente debaixo d’água”. Será preciso, alerta o texto, lidar com refugiados climáticos. “Não se trata de alarmismo, mas sim, de robusta produção científica que corrobora com aquilo que já se anunciava: indiscutivelmente, todas as 16 cidades do litoral paulista serão as primeiras a experimentarem os deletérios efeitos das mudanças climáticas e assim, terão agravadas questões sociais”, aponta o manifesto.

“As cidades do litoral precisam ter planos municipais de adaptação às mudanças climáticas – que são fundamentais para pautar a revisão dos planos diretores”, diz o secretário de Meio Ambiente do Guarujá, Sidnei Aranha, um dos signatários do texto. “A intensidade de chuvas em curtos períodos tem aumentado substancialmente e as cidades não têm recursos para melhorar a drenagem de água pluvial. Não basta limpar galerias e bocas de lobo.”

Pacto federativo

Aranha diz que as cidades litorâneas têm o orçamento estrangulado e, por isso, o Fórum dos Secretários de Meio Ambiente do litoral vai lutar por um novo pacto federativo. “Os impostos que geram mais arrecadação são federais e estaduais. A educação e boa parte da segurança e da saúde foram municipalizadas e essas cidades têm muita dificuldade para atuar na área ambiental.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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