Contrariado com a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da possibilidade de realizar a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no próximo domingo, 17, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), organiza uma força-tarefa para tentar garantir a segurança dos manifestantes. Nesta segunda-feira, 11, Rollemberg afirmou que pessoas que vierem à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, serão revistadas.

“Para entrarem na área de manifestação, todas as pessoas serão revistadas. Elas poderão se manifestar tranquilamente, mas sem nenhum armamento que possa causar danos aos demais”, afirmou. De acordo com o governador, a região será isolada para que a entrada de manifestantes seja controlada.

A primeira medida anunciada por Rollemberg, ainda no fim de semana, foi a divisão da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, onde ocorrerá a votação. Um corredor de segurança, construído com grades, vai separar manifestantes contra e pró-impeachment. A estrutura já foi montada, mas o sistema de segurança deve começar a operar apenas na sexta-feira, quando está previsto o início da votação.

Segundo o governador, junto à divisória estarão posicionados o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, SAMU e ambulâncias. O objetivo é prestar socorro ainda no local, caso seja necessário. Haverá ainda uma sinalização indicando de qual lado os manifestantes devem se concentrar, de acordo com seu posicionamento político.

Apesar dos procedimentos, o governador não escondeu sua insatisfação com a decisão de Cunha. “A votação está marcada, agora já não cabe mais essa preferência, tenho que me preparar para o dia que for”, disse desconfortável. Ele acredita que seria mais simples conter incidentes de violência caso a votação ocorresse em um dia de semana, com público menor. O governador chegou a fazer o pedido ao presidente da Câmara, que o recusou.

Neutralidade

Rollemberg, que participava da reunião da direção executiva do PSB nesta manhã que definirá o posicionamento oficial da sigla sobre o impeachment, preferiu não manifestar publicamente sua posição.

“Na minha posição de governador, eu não devo explicitar uma posição sobre o tema. Meu papel é garantir a livre manifestação, a integridade das pessoas e do patrimônio”, desconversou.

No fim do ano passado, os três governadores do PSB – Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB) – se posicionaram contrários ao impeachment. Paulo Câmara já mudou de posicionamento e fez críticas claras à presidente, enquanto Rollemberg passou a adotar posicionamento de neutralidade. Coutinho é o principal defensor da presidente na reunião da direção executiva nesta segunda-feira.