Dezenas de milhares de pessoas protestaram neste domingo (28) em Madri, a capital da Espanha, contra o projeto de lei para anistiar os independentistas catalães processados pela tentativa fracassada de secessão de 2017.

A marcha, convocada pelo Partido Popular (PP, conservador), reuniu cerca de 45.000 pessoas, segundo a Delegação de Governo, dois dias antes de o projeto de lei ser submetido ao Congresso dos Deputados, a câmara baixa do Parlamento.

A promessa de uma rápida aprovação parlamentar da anistia permitiu ao socialista Pedro Sánchez ser reeleito presidente do governo espanhol em meados de novembro, graças aos votos dos dois partidos separatistas da Catalunha, que exigiam o perdão como condição para seu apoio.

O texto, que protegerá os separatistas catalães acusados de “terrorismo”, entre eles o ex-presidente catalão Carles Puigdemont, será apresentado na terça-feira no Congresso dos Deputados.

Na tarde deste domingo, a Praça de Espanha, no centro da capital, foi invadida por uma maré de bandeiras espanholas e da União Europeia.

O presidente do PP, Alberto Núñez Feijóo, compareceu ao protesto e prometeu “resgatar democraticamente a Espanha e devolver ao povo espanhol o direito de que ninguém imponha um país que não escolhemos”.

Entre a multidão, havia muitos cartazes com os dizeres: “Não à anistia!” e “Sánchez, traidor. Ditador mentiroso”.

Uma vez aprovada, a lei representará a retirada por parte da Justiça do indiciamento de centenas de ativistas e dirigentes independentistas por seu envolvimento na tentativa fracassada de secessão de 2017 e nos fatos relacionados, prévios ou posteriores.

O partido de extrema direita Vox também rejeita esta medida de anistia e organizou diversas manifestações nos últimos meses, que ficaram marcadas por episódios de violência, sobretudo em frente à sede do Partido Socialista (PSOE).

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