Por Oliver Griffin

BOGOTÁ (Reuters) – Manifestantes fizeram passeatas nas capitais de províncias na Colômbia nesta quarta-feira para exigir concessões do governo sobre apoio econômico aos pobres e outras questões, após quase um mês de protestos generalizados.

Os atos, que começaram no final de abril, pressionaram o governo e parlamentares a arquivarem as reformas tributária e de saúde e levaram à saída do ministro das Finanças.

As demandas dos manifestantes se expandiram para incluir uma renda básica, oportunidades para jovens e o fim da violência policial, incluindo apelos para acabar com o esquadrão da polícia de choque ESMAD.

O comitê nacional de greve –formado por sindicatos, grupos de estudantes e outros– exige avanços no que chama de petições de emergência.

As petições abrangentes incluem o fortalecimento dos direitos das mulheres, uma moratória nos pagamentos de hipotecas e serviços públicos por quatro meses e a revogação das medidas de emergência que os líderes dos protestos dizem ter piorado as condições de trabalho durante a pandemia.

O funcionário de banco Eduard Barragan, de 29 anos, observava um pequeno grupo de manifestantes no centro de Bogotá. Embora não tenha participado do protesto de quarta-feira, ele disse que apoia os atos e compareceu a três.

“Os protestos nos afetam, mas é preferível fazer uma greve de um, dois, três meses do que passar a vida toda com tanta corrupção, sem ajuda do Estado”, declarou.

A estatal Ecopetrol disse que não espera que os bloqueios ligados a protestos, que têm causado escassez em todo o país, afetem seu plano de investimentos para o ano, mas não pode prever por quanto tempo vão durar os protestos.

As manifestações foram marcadas por violência nas últimas quatro semanas. O governo afirma que 17 mortes de civis estão diretamente relacionadas às passeatas, enquanto grupos de direitos humanos alegam ter dezenas de outras. Dois policiais também morreram.

(Reportagem adicional de Luis Jaime Acosta)

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