Um manifestante atirou ontem um ovo em direção ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), quando ele discursava em Jundiaí, no interior paulista. O governador falava sobre obras na rodovia Anhanguera e um grupo de manifestantes protestava ao lado do palanque. Integrantes da comitiva do governador foram atingidos pelo ovo. Alckmin não foi atingido, mas chegou a interromper o discurso e olhar na direção dos manifestantes.

O atirador do ovo foi detido por seguranças e levado à uma delegacia da Polícia Civil. Ele vai responder pelo crime de injúria – a polícia não divulgou a identidade do suspeito.

A manifestação teria relação com as denúncias de fraude na merenda escolar que envolveriam agentes públicos ligados ao governo tucano.

Operação

A Operação Alba Branca, investigação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual, desbaratou uma quadrilha que montava cooperativas de fachada para fornecer produtos – entre eles, ovos – à merenda escolar com preços superfaturados.

A Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), de Bebedouro (SP), é acusada de estar à frente do esquema que teria se infiltrado em pelo menos 22 prefeituras e mirava em contratos da Secretaria da Educação do Estado. Conforme as investigações, para ganhar os contratos, a cooperativa pagava propina a agentes públicos.

Apuração

Em Campinas, antes de seguir para Jundiaí, Alckmin afirmou que foi o próprio governo estadual que descobriu a fraude, por meio de investigação da Polícia Civil. “Aí, o Ministério Público entrou na apuração, que está sendo rigorosa”, disse o tucano.

O governador informou que o programa de aquisição de alimentos para a merenda escolar foi criado para beneficiar pequenos produtores rurais, mas a cooperativa desvirtuou o processo de licitação.

Segundo o governador, não há provas do envolvimento de pessoas de seu governo no esquema alvo da Operação Alba Branca. “Se houver, será punido”, disse. Alckmin afirmou ainda que não houve prejuízos para o Estado em razão das fraudes em contratos da merenda escolar. “Os suspeitos já foram presos e, se tiver mais gente envolvida, também vai responder.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.