BOLONHA, 2 OUT (ANSA) – As manifestações em diversas cidades italianas contra a interceptação das embarcações humanitárias da Flotilha Global Sumud (GSF) pelas forças israelenses seguem a todo vapor, mas confrontos entre manifestantes e policias foram registrados.
Um grupo de pessoas, principalmente formado por estudantes, se reuniu em frente à estação ferroviária central de Bolonha em apoio à flotilha e seus ativistas, mas a situação saiu de controle após os participantes do ato lançarem ovos e bombas de fumaça contra os policiais.
A marcha tentou romper o cordão de isolamento feito pelas forças de ordem e viu os agentes responderem com golpes de cassetete para manter a multidão afastada.
“Os estudantes não darão nenhum passo para trás, porque hoje nossos corações estão explodindo de raiva. Deixem a gente passar, vamos bloquear tudo”, diziam os manifestantes.
Turim foi outra cidade que registrou diversos atos em defesa da flotilha, mas não houve violência, apenas tensões. Diversas instituições de ensino foram ocupadas e centenas de ciclistas bloquearam vias da capital da região do Piemonte.
A situação ficou mais complicada no Aeroporto Caselle, pois as operações de embarque e desembarque foram interrompidas por vários minutos em virtude das manifestações. Apesar da grande tensão, apenas um empurra-empurra foi registrado entre policiais e estudantes.
Em Florença, cerca de mil pessoas participaram de uma marcha improvisada em solidariedade à flotilha que chegou até a Piazza Duomo, onde alguns turistas curiosos tiraram fotos da movimentação. Ainda na Toscana, a reitoria da Universidade de Pisa foi ocupada por manifestantes.
Já na Sardenha, milhares de estudantes ocuparam pacificamente a Piazza Costituzione, em Cagliari, bloqueando temporariamente o trânsito. Em Ancona, alunos universitários interromperam as aulas da Universidade Politécnica das Marcas (Univpm).
As autoridades italianas, contudo, acompanham com apreensão as notícias que chegam diretamente de Roma, onde uma discussão acalorada entre manifestantes e membros de uma comunidade judaica aconteceu no pátio de uma escola secundária. Além disso, no começo da noite, cerca de 10 mil pessoas vão protestar nas proximidades do Coliseu, um dos pontos turísticos mais populares do país.
Já nas proximidades da Santa Sé, uma grande bandeira palestina foi pendurada em uma das janelas da embaixada do Egito no país, em frente à entrada do Vaticano, na Porta Sant’Anna.
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou que o governo do país não é contra as manifestações, mas pediu que os atos “terminem pacificamente”.
“A greve é uma manifestação pacífica, porém, ontem tiveram gritos de ‘todo mundo odeia a polícia’ e hoje, a polícia foi atacada em Bolonha. Caso os violentos descontarem na polícia, eu sempre apoiarei as forças da lei e da ordem. E da oposição, nem aqui nem no Senado, ouvi qualquer crítica aos violentos”, acrescentou o chanceler italiano. (ANSA).