Milhares de pessoas se manifestaram, nesta sexta-feira (27), na Cisjordânia ocupada e em vários países árabes em apoio aos palestinos em Gaza, bombardeada há quase três semanas por Israel em represália ao ataque mortal lançado contra Israel pelo movimento islamista palestino Hamas.

“Libertem Gaza!”, gritaram centenas de pessoas em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, agitando bandeiras do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e de outros movimentos palestinos, reportou uma jornalista da AFP.

Para Mamdouh al Aker, um cirurgião de Ramallah que participou do protesto, esta guerra é travada “contra todos os palestinos e não apenas contra o Hamas”.

A guerra começou em 7 de outubro com a incursão de militantes do Hamas em solo israelense. Segundo autoridades de Israel, mais de 1.400 pessoas foram mortas no sul do país, a maioria civis e mais de 220 foram sequestradas e levadas como reféns para Gaza.

Em represália, Israel lançou uma campanha de bombardeios sem trégua contra Gaza que, segundo o Hamas, deixaram mais de 7.300 mortos, entre eles mais de 3.000 crianças.

– “Rendição” –

Na Jordânia, ao menos 5.000 pessoas protestaram pedindo a anulação do tratado de paz entre o reino e Israel.

A manifestação teve início em frente à Grande Mesquita Husseini, em pleno centro de Amã, escoltada por um importante dispositivo policial, informaram jornalistas da AFP.

“Não ao acordo de Wadi Araba”, dizia um cartaz, em alusão aos tratados de paz entre Israel e a Jordânia, assinado em 1994 no âmbito de um processo de paz israelense-palestino, em ponto morto há anos.

“Wadi Araba não é a paz, Wadi Araba é a rendição”, repetiam os manifestantes, alguns deles usando o keffiyeh, o tradicional lenço palestino.

Em Zarqa, a cerca de 20 km de Amã, cerca de 2.000 pessoas participaram de uma manifestação e outras centenas foram às ruas em Mafraq, Tafila e Áqaba.

Os jordanianos se mobilizaram quase diariamente em apoio aos palestinos de Gaza desde 7 de outubro e em vários países do Oriente Médio, esta é a segunda sexta-feira de manifestações.

– “Nossos irmãos” –

No Líbano, houve manifestações em várias cidades, inclusive em Beirute, a capital, após as orações muçulmanas desta sexta-feira.

“Estamos com vocês”, afirmou Mohammed Mahmoud, um manifestante de Trípoli, a segunda cidade mais importante do país, no norte.

No Iêmen, milhares de pessoas participaram de um protesto na capital, Saná, controlada pelos rebeldes huthis, grupo próximo do Irã e em confronto com o governo reconhecido pela comunidade internacional.

Os manifestantes se reuniram depois das orações com bandeiras palestinas e repetiram palavras de ordem, como “Morte aos Estados Unidos, morte a Israel”.

“A mensagem do grupo iemenita ao grupo palestino e nossos irmãos (…) em Gaza, Cisjordânia e em toda a Palestina é que estamos com vocês e estamos do seu lado, declarou à AFP Mohamad Ahmed Muftah, de 26 anos, membro das milícias huthis.

No Iraque, uma centena de pessoas se reuniram na praça Tahrir de Bagdá. Na Líbia, houve uma marcha na Praça dos Mártires e dezenas de pessoas foram às ruas do Kuwait com bandeiras palestinas.