Uma multidão de israelenses protestou, neste sábado (17), em Tel Aviv e outras cidades do país, pela 23ª semana consecutiva, em repúdio à reforma judicial impulsionada pelo governo do primeiro-ministro conservador, Benjamin Netanyahu.

As novas manifestações ocorrem dias depois de os dois principais líderes da oposição, Yair Lapid e Benny Gantz, suspenderem sua participação nas negociações que buscam um entendimento sobre a reforma que divide o país.

Netanyahu anunciou em 27 de março uma “pausa” para dar uma “oportunidade […] ao diálogo”, mas a mobilização contra a reforma, considerada antidemocrática por seus críticos, continua sendo forte.

O Executivo avalia que a reforma judicial servirá para equilibrar o poder entre o Parlamento e a Suprema Corte, tachada de politizada pela atual coalizão governamental, a mais à direita da história de Israel.

Mas os opositores consideram que a reforma poderia empurrar o país para um modelo retrógrado ou autoritário.

Na cidade de Petah Tikvah (centro), uma advogada que se identificou como Neria disse temer que a coalizão no poder retomasse sua reforma unilateralmente, após a suspensão das negociações.

“O governo não diz que vai parar a reforma e queremos que entenda que continuamos aqui, e que se propuser uma reforma que consideramos ruim para a democracia, estamos aqui e vamos nos opor”, disse ela à AFP.

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