Manifestações realizadas no Zimbábue nesta segunda-feira (14) para denunciar a alta nos preços dos combustíveis decretada pelo governo deixaram vários mortos, informou o ministro da Segurança, Owen Ncube, sem dar um número.

“Lamento que (esses eventos) tenham causado perdas de vidas e propriedades, além de ferimentos entre as forças policiais e a população”, disse Ncube segundo o jornal do governo The Herald.

Vários protestos ocorreram nesta segunda nas duas maiores cidades do país, Harare, a capital, e Bulawayo, no sul, no primeiro dos três dias de uma greve geral convocada contra os aumentos.

O presidente Emmerson Mnangagwa anunciou no sábado que duplicará o preço da gasolina para fazer frente à maior escassez de petróleo no país nos últimos dez anos.

Em Harare, havia diversas barricadas, e em Bulawayo os manifestantes impediram a circulação até o centro da cidade com barricadas de pedras e pneus em chamas.

Estes distúrbios são os mais graves no país desde que o Exército reprimiu um protesto da oposição no dia seguinte às eleições de 30 de julho, em confrontos que deixaram seis mortos em Harare.

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Em sua declaração, citada pelo The Herald, o ministro da Segurança afirma que as forças do governo realizaram ao menos 200 detenções.

Ncube atribuiu a responsabilidade dos distúrbios ao Movimento por uma Mudança Democrática (MDC), o principal adversário do Zanu-PF, no poder, “às ONGs” e a “organizações de jovens”.

Um porta-voz do MDC, Nkululeko Sibanda, desmentiu a acusação em declaração à AFP e acusou o partido no poder de tentar incendiar a sede do seu movimento na capital.

A economia do Zimbábue ficou muito debilitada após os 37 anos de regime autoritário de Robert Mugabe, que renunciou em 2017.


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