A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a prestar esclarecimentos sobre conversas contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e o processo eleitoral encontradas pela corporação no celular do empresário Meyer Nigri.

Resumo:

  • Bolsonaro ainda teria pedido para que informações falsas sobre o processo eleitoral fosse repassada “ao máximo”;
  • Por cinta disso, a PF intimou o ex-presidente para prestar depoimento;
  • Bolsonaro ressaltou que não fazia parte de um grupo no WhatsApp com empresários bolsonaristas.

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À Folha de S.Paulo, Bolsonaro confirmou o envio das mensagens: “Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O (ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto) Barroso tinha falado no exterior (sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021) eu sempre fui um defensor do voto impresso”.

O ex-presidente ainda ressaltou que não integrava o grupo no WhatsApp com empresários bolsonaristas em que, segundo a PF, o empresário Nigri repassou as mensagens nas quais criticou os ministros do STF e do TSE, acusando-os de interferência no processo eleitoral.

Na terça-feira, 22, a PF intimou Bolsonaro para prestar depoimento, no dia 31, apenas sobre as trocas de mensagens e o suposto pedido para “repassar ao máximo” informações falsas sobre o processo eleitoral. “Eu vou lá explicar”, afirmou o ex-presidente.

As mensagens enviadas pelo empresário dizia: “O ministro Barroso faz peregrinação no exterior sobre o atual processo eleitoral brasileiro, como sendo algo seguro e confiável. O pior, mente sobre o que se tentou aprovar em 2021: o veto impresso ao lado da urna eletrônica, quando ele se reuniu com lideranças partidárias e o Voto Impresso foi derrotado. Isso chama-se interferência”.

“Todo esse desserviço à Democracia dos 3 ministros do TSE STF faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições. O Datafolha infla os números de Lula para dar respaldo ao TSE por ocasião do anúncio do resultado eleitoral e repasse ao máximo”, completou.

Processo arquivado

Na segunda-feira, 21, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o arquivamento de uma investigação contra seis empresários bolsonaristas, dentre eles Nigri, que eram alvos de inquérito por suposta incitação a “um golpe de Estado” para manter Bolsonaro na Presidência.

As conversas no grupo do WhatsApp foram reveladas pelo portal Metrópoles. Em seguida, advogados e entidades apresentaram pedidos ao STF para que o caso fosse investigado.