Mancha Alviverde tem instrumentos, faixas e bandeirão liberados após assinar TAC com MP

O Palmeiras terá um reforço de última hora para o clássico com o Santos nesta quinta-feira. A Mancha Alviverde poderá voltar oficialmente aos estádios, após assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP). A organizada estava suspensa após a emboscada a cruzeirenses no ano passado, quando José Victor Miranda foi morto.

Na prática, a uniformizada não ‘sumiu’ das arquibancadas. Entretanto, agora há a liberação para instrumentos e faixas, vetadas até então. O TAC motivou a Federação Paulista de Futebol (FPF) a revogar a resolução que proibia a Mancha Alviverde de frequentar os estádios. Um bandeirão também foi liberado, conforme nova decisão publicada nesta quinta-feira.

Segundo comunicado da organizada, ainda houve uma autorização do 2º Batalhão de Polícia de Choque, responsável pela segurança em partidas de futebol. Todas as adequações foram conduzidas pela nova diretoria da agremiação, já que os então presidente e vice, Jorge Luiz Sampaio e Felipe Mattos dos Santos, respectivamente, estão presos, assim como outros 14 envolvidos.

“Durante esse tempo, dedicamo-nos a compreender, aprender e reconstruir. O afastamento foi uma etapa necessária para que a entidade pudesse se reorganizar internamente, fortalecer seus valores e reafirmar o compromisso com o Palmeiras e com a sociedade”, diz um trecho da nota.

“Esse marco representa não apenas o retorno de uma das maiores torcidas do País, mas também o início de uma nova era, mais consciente, mais estruturada e ainda mais comprometida com o apoio incondicional ao Palmeiras”, completou o texto.

Em junho deste ano, a Justiça fez a primeira audiência para decidir se o caso irá a júri popular. São 20 réus ao todo. Além da condenação, o Ministério Público pede que o grupo seja condenado a pagar uma indenização de pelo menos R$ 10 milhões pelos danos materiais – um ônibus foi incendiado – e morais causados. Os promotores defendem que parte do valor seja direcionado às vítimas e à família de José Vitor Miranda dos Santos, que morreu de traumatismo craniano em decorrência das agressões.

A emboscada aconteceu na madrugada do dia 27 de outubro de 2024, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, no sentido de Belo Horizonte. Miranda integrava um grupo da Máfia Azul, organizada do Cruzeiro, de Sete Lagoas (MG). Ele chegou a ser internado no Hospital Anjo Gabriel e não resistiu.

O caso é entendido como uma ‘cobrança’ dos palmeirenses por uma ação de torcedores do Cruzeiro contra integrantes da Mancha Alviverde em 2022, também na Fernão Dias. Na época, Jorge Luís Sampaio Santos teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto, além de ter sido espancado e ter vídeos expostos nas redes sociais. A confusão terminou com quatro torcedores feridos a tiros.