Após operar por cerca de dois anos em jornada reduzida de quatro dias por semana, a fábrica de caminhões e ônibus da MAN Latin America, em Resende (RJ) voltou a operar neste mês em semana completa e trouxe de volta funcionários que estavam com os contratos suspensos. Hoje, a empresa informa que, até dezembro, terá de recorrer a horas extras para dar conta da demanda.

“Vamos ter de trabalhar três sábados por mês até o fim do ano”, diz Roberto Cortes, presidente da empresa que produz caminhões da marca Volkswagen. Segundo ele, o trabalho extra já foi acertado com o sindicato dos metalúrgicos local.

Colocar as máquinas a todo vapor, ainda que em um turno de trabalho, é um alívio para a MAN que, desde o início da crise econômica, quando operava em três turnos, fechou 2,3 mil vagas. Hoje emprega 3,2 mil pessoas, incluindo funcionários dos fornecedores que operam no complexo de Resende.

O próximo passo da MAN, que em setembro anuncia a produção de uma nova linha de veículos, deve ser a contratação de pessoal, admite Cortes.

A necessidade de recorrer às horas extras foi a venda, para a Ambev, de 417 caminhões que devem ser entregues até o fim do ano. Mais da metade deles são os chamados VUCs – Veículos Urbanos de Carga, que têm permissão para fazer entregas nas regiões centrais onde caminhões de médio e grande porte não podem entrar.

Para atender a nova demanda da fabricante de bebidas, a MAN conseguiu colocar um eixo extra nos caminhões de pequeno porte, o que permite carregar até 13 toneladas de carga, antes possível apenas em veículos de médio porte.

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“O fato de termos engenharia no Brasil nos permite personalizar o veículo para atender as necessidades do cliente”, diz Cortes. O valor do negócio (chassis, equipamentos e plano de manutenção) é de aproximadamente R$ 150 milhões.

O diretor de suprimentos da Ambev, Guilherme Gaia, diz que parte da encomenda é para renovar a frota e parte para ampliação. “Estamos enxergando sinais de melhora na economia”, afirma. A Ambev tem frota de cerca de 6 mil veículos de transportadoras dedicadas e se responsabiliza pela negociação de compra de novos caminhões, processo feito por leilão.

Ociosidade

A recuperação da MAN, segunda maior fabricante de veículos pesados no País, atrás da Mercedes-Benz, é uma boa notícia para o setor, que opera com cerca de 70% de ociosidade há mais de um ano.

O mercado total de caminhões vendeu este ano, até julho, 25.990 unidades, 14% menos ante igual período de 2016. Em todo o ano passado foram 50,6 mil unidades e a previsão dos fabricantes é de um empate nos números deste ano, ou até um leve crescimento.

Segundo Cortes, a média diária de vendas nos dois primeiros meses do ano era de 155 veículos, volume que passou a 225 unidades de março a maio e nos últimos três meses está em 270. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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