Com passagem por produções televisivas como ‘Malhação‘ (TV Globo), ‘As Aventuras de Poliana‘ (SBT), ‘Rainha de Pérsia‘ e ‘Reis‘ (Record), além de uma sólida carreira no teatro, a atriz Malu Lazari tem vivido um processo profundo de reconexão com sua autoestima.
Ela conta que, nos últimos anos, sua relação com o corpo mudou significativamente: “Acho que é uma das vantagens de amadurecer. Aprendi a aceitar meu corpo como ele é”.
Durante a juventude, Malu foi fortemente impactada por conteúdos nas redes sociais que promoviam padrões estéticos inalcançáveis, baseados em dietas extremas e corpos moldados por cirurgias. “Chegou um momento em que decidi cortar todo tipo de conteúdo desse tipo. Ainda bem que, atualmente, isso é mal visto, mas houve um tempo em que essas pessoas eram o auge da internet”, relembra.
Inserida no universo das redes sociais, onde a comparação constante é um desafio diário, Malu destaca a importância de conhecer e respeitar seus próprios limites — físicos e emocionais. Para ela, o foco está na saúde e no bem-estar: “De vez em quando ainda me pego pensando ‘por que meu corpo não fica assim?’, mas me esforço para lembrar que o mais importante é estar saudável.”
Ao revisitar memórias da infância e adolescência, a atriz revela que sempre lidou com cobranças externas em relação ao corpo. “Cresci ouvindo que era magra demais, depois diziam que era muito baixa e que deveria emagrecer. No final, sempre encontram algo para criticar”, diz.
A artista também chama atenção para a naturalização de comentários ofensivos sobre a aparência feminina: “O que mais me assusta é a normalidade em que apontam o dedo para criticar o corpo de outra mulher.”
Nos dias em que a insegurança bate mais forte, Malu tem buscado acolhimento e equilíbrio. Ela acredita que o autocuidado — tanto físico quanto emocional — é essencial para manter a autoestima e a produtividade, especialmente no trabalho com redes sociais: “Se olhar com carinho, entender suas limitações e manter o corpo e a mente em movimento são pontos cruciais para se reconectar.”
Moda e beleza, que hoje também fazem parte de sua profissão, passaram a ser vivenciadas de forma mais consciente. “Tenho dado uma atenção maior a elas, e me faz bem. É sobre entender o que te faz bem e o que não, e trabalhar em cima disso”, reflete.
Ao falar sobre julgamentos relacionados à aparência, por fim, Malu é enfática. “Acho um absurdo alguém se sentir no direito de julgar o corpo ou a aparência de outra pessoa. Ninguém sabe a luta interna do outro. Um sonho — infelizmente ainda distante — seria que parassem de falar e supor sobre o corpo das mulheres”, finaliza.