ROMA, 20 FEV (ANSA) – O parlamento das Ilhas Maldivas prolongou nesta terça-feira (20) por mais 30 dias o estado de emergência declarado há duas semanas em meio ao aumento da tensão pela decisão do presidente, Abdulla Yameen, de não acatar uma ordem do Supremo sobre opositores.   

De acordo com a Constituição, os assuntos que requerem “conformidade pública” devem ser debatidos na presença de pelo menos metade dos deputados (43), mas esse mínimo não foi alcançado.   

No entanto, o presidente do Legislativo, Abdulla Maseeh, declarou unilateralmente que a extensão do estado de emergência não requeria a presença da metade dos deputados, segundo informou a imprensa local.   

Desta forma, o parlamento aprovou a prorrogação do estado de emergência após não ter conseguido o quórum mínimo.   

As Maldivas se encontram em uma profunda crise política desde o dia 1º de fevereiro, quando a Suprema Corte ordenou a reabilitação de 12 deputados opositores e a libertação de 9 líderes da oposição que estavam presos, entre eles o principal rival político de Yameen, o ex-presidente Mohamed Nasheed.   

Nasheed está exilado no Reino Unido desde 2006, quando viajou após receber uma licença médica na prisão.   

O Supremo do país insular, que fica no Oceano Índico, decidiu que as condenações dos opositores foram influenciadas politicamente. O presidente, por sua vez, decidiu não acatar a sentença e no dia 5 declarou o estado de emergência. No mesmo dia foram detidos o presidente do Tribunal Supremo, Abdulla Saeed, e um magistrado dessa corte, assim como o ex-ditador Maumoon Abdul Gayoom. (ANSA)