Malafaia diz que Bolsonaro aceitou PL da Dosimetria porque anistia ‘não tem voto’

Para pastor, ex-presidente mostrou 'grandeza política' ao apoiar redução de penas aprovada na Câmara

Malafaia e Bolsonaro
Silas Malafaia e Jair Bolsonaro Foto: Isac Nóbrega/PR

O pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o ex-presidente aceitou o PL da Dosimetria, aprovado na Câmara dos Deputados, porque não haveria votos suficientes para aprovação da anistia no Senado.

Bolsonaro mostrou grandeza política e humanidade. Aceitou a redução de penas porque não tem voto para aprovar a anistia no Senado. Grandeza dele. Falei com Flávio, com Michelle [filho mais velho e esposa do ex-presidente], e é isso que Bolsonaro quis. Não venham para cá com nenhuma outra conversa fiada”, afirmou Malafaia nesta quarta-feira, 10, em vídeo publicado nas redes sociais.

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O PL da Dosimetria foi aprovado com 291 votos na Câmara na noite de terça-feira, 9, prevendo a redução das penas aplicadas ao ex-presidente e aliados condenados por uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e aos participantes da invasão às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

O STF (Supremo Tribunal Federal) condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão pela trama golpista — pena que ele cumpre na superintendência da Polícia Federal, em Brasília –, e impôs sentenças que chegam a 17 anos e meio de prisão para quem participou da quebradeira em Brasília. Juristas e entidades do direito ouvidos pela IstoÉ consideraram o abrandamento das penas legítimo, considerando os crimes cometidos.

Como disse Malafaia no vídeo, o bolsonarismo defendia um projeto de anistia mais amplo, que tirasse o ex-presidente da cadeia e devolvesse seus direitos políticos. Mas o projeto relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidaridade-SP) foi a alternativa viabilizada junto às bancadas do chamado “centrão”.

Aprovado na Câmara, o PL da Dosimetria será submetido à CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) do Senado e ao plenário da Casa, com relatoria do senador Esperidião Amin (PP-SC), para votação. Em caso de nova aprovação, será enviado para sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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