23/02/2019 - 17:21
Mais uma pequena crise envolve os filhos do presidente Jair Bolsonaro. Desta vez é com o Exército e trata-se das armas em mãos dos colecionadores e caçadores. É que o Exército disse, em portaria divulgada pelo twitter @exercitooficial, que os caçadores e colecionadores não devem usar as armas que dispõem em suas defesas pessoais.
Em resposta, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), eleito com 1,8 milhão de votos, publicou um post no Twitter criticando o Exército. Para o filho do presidente, caçadores e colecionadores não podem ser tratados como bandidos. Para ele, os bandidos, traficantes, é que devem ser desarmados e impedidos de usar as armas que dispõem.
“Não precisa botar em suas portarias normativas (dirigindo-se ao Exército) que acabam por piorar a vida do atirador. O princípio norteador tem que ser o de dificultar vida do bandido, não a do CAC (caçador e colecionador)”, diz Eduardo Bolsonaro no primeiro post.
Depois, em outro post o filho do presidente faz uma reflexão. “Se bandido cruzar o caminho do atirador, ele: 1) reage, atira e sobrevive, mas responde legalmente; 2) Segue a portaria (do Exército) e não reage. É assassinado, pois o bandido quando vê arma executa”. E o filho do presidente recomenda ao Exército: “CAC não pode mais ser tratado como bandido @exercitooficial. Escuto muito essa reclamação”.
Como esses posts do deputado Eduardo Bolsonaro causaram bastante polêmica, o senador Major Olimpio, líder do PSL no Senado, saiu em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro, dizendo que o apoiava nessa questão, não por ele ser o filho do presidente, mas por ter uma posição correta sobre o assunto. Ele gravou um áudio pelo whatsapp em apoio ao filho do presidente. Confira o áudio na íntegra abaixo:
“Concordo com a manifestação do deputado Eduardo Bolsonaro e faço coro sim. O Exército brasileiro tem tratado os colecionadores, atiradores e caçadores de forma preconceituosa. Não são bandidos. Nós temos sim que criar mecanismos para tirar armas ilegais das mãos de bandidos e não provocar esse desnecessário desestimulo àqueles que praticam o esporte, que são colecionadores e são caçadores. São legalmente registrados no Exército brasileiro.”
“E quero deixar isso bem claro: o Eduardo Bolsonaro fez essa manifestação como deputado e não como filho do presidente. Então, antes que digam que isso vai gerar crise com a área militar, eu quero dizer que sou militar, major da Polícia Militar de São Paulo, Senador da República, e faça coro integralmente à manifestação do deputado Eduardo Bolsonaro.
“Caçadores, atiradores e colecionadores não são criminosos e não precisam levar puxão de orelha no cumprimento da lei, pois já cumprem integralmente a lei. E quanto a mudar a lei., quem tem que mudar a lei somos nós legisladores e nós o faremos sim”.
É esperar para ver a reação dos militares, que já tomam conta do governo Bolsonaro, onde 9 generais estão no primeiro escalão do novo governo.