FLORENÇA, 11 JUN (ANSA) – Após Emilia-Romagna e Puglia, mais uma região da Itália decidiu romper relações com Israel por conta da ofensiva na Faixa de Gaza, onde a guerra já deixou cerca de 55 mil mortos e colocou toda a população sob o espectro da fome.
Desta vez a medida partiu da Toscana, histórico bastião da esquerda italiana e cujo Conselho Regional (a assembleia legislativa da região) aprovou uma moção para interromper todas as formas de colaboração institucional com o governo israelense, “à luz das graves e persistentes violações do direito internacional e humanitário em Gaza”.
Segundo o governador Eugenio Giani, do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, a moção tem caráter “eminentemente simbólico”, uma vez que as relações internacionais não são de responsabilidade das regiões”.
Ainda assim, o texto pede para o governo toscano interromper “qualquer forma de relação institucional com os representantes do governo de Israel e entidades a ele ligadas que não demonstrarem abertamente a vontade de colocar fim ao massacre em curso” em Gaza.
A mesma fórmula já havia sido usada no fim de maio pelos governos da Emilia-Romagna e da Puglia, ambas controladas pela centro-esquerda, para romper relações com a gestão do premiê Benjamin Netanyahu, alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional de Haia (TPI) por suspeita de crimes de guerra.
“As imagens que continuam chegando de Gaza são inaceitáveis e impõem uma tomada de responsabilidade por parte de todas as instituições democráticas. Não é um ato contra o povo israelense, que, em parte, é vítima das escolhas perversas dos próprios governantes, mas sim totalmente contra o governo Netanyahu e seus comportamentos criminosos”, disse o líder do PD no Conselho Regional da Toscana, Vincenzo Ceccarelli.
A guerra em Gaza foi deflagrada após atentados terroristas do Hamas que deixaram 1,2 mil mortos em Israel. Desde então, o conflito já custou as vidas de cerca de 55 mil palestinos no enclave, que ainda atravessa uma grave crise humanitária devido ao bloqueio à entrada de ajuda imposto por Tel Aviv. (ANSA).