O procurador-geral da Líbia ordenou a prisão de mais quatro funcionários no âmbito da investigação pelas inundações que devastaram a cidade de Derna em 10 de setembro e deixaram milhares de mortos.

As enchentes, causadas pela tempestade Daniel, foram agravadas pelo rompimento de duas represas e deixaram 3.893 mortos e milhares de desaparecidos.

O procurador-geral do governo internacionalmente reconhecido, com sede em Trípoli, emitiu um mandado de detenção para quatro funcionários na noite de quinta-feira, e as forças no poder no leste prosseguiram com as detenções.

Estas pessoas foram detidas acusadas de “má gestão das missões administrativas e financeiras que lhes cabiam”.

Além disso, outras oito autoridades, incluindo o ex-prefeito de Derna, já se encontram na prisão desde 25 de setembro.

Também nesta sexta, as autoridades do leste da Líbia anunciaram que, nos próximos dias, começarão a indenizar os afetados pelas enchentes devastadoras de 10 de setembro, causadas pela tempestade Daniel.

“Os formulários de registro dos danos foram entregues ao presidente da comissão” responsável pelo processo, e “os cheques, aos prefeitos” dos municípios afetados, informou o Executivo do leste do país, em um comunicado.

Os habitantes, cujas casas foram completamente destruídas, receberão 100 mil dinares líbios (20.500 dólares, ou 103.461 reais na cotação atual), disse o vice-ministro do Interior deste governo, Faraj Kaim.

Aqueles, cujas casas foram “parcialmente destruídas”, receberão 50 mil dinares, e os moradores que perderam móveis e eletrodomésticos pelas enchentes receberão 20 mil, acrescentou.

As autoridades do leste da Líbia anunciaram nesta semana a criação de um fundo para reconstruir a cidade de Derna, atingida pelas enchentes, onde será realizada uma conferência sobre a sua reconstrução no dia 10 de outubro.

O Executivo de Benghazi não especificou como este fundo seria financiado, mas o Parlamento, também sediado no leste, já atribuiu 10 bilhões de dinares a projetos de reconstrução.

Esses anúncios são acompanhados pelo medo da corrupção e da má gestão dos fundos atribuídos à reconstrução.

O enviado da ONU à Líbia, Abdulaye Bathily, informou na quinta-feira em Bruxelas, durante consultas com a Comissão Europeia, que havia solicitado o controle destes fundos.

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