Mais problema no Senac-DF: condenado ocupa cargo de diretor

Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é jornalista graduado na FACHA, no Rio, e pós-graduado em Ciências Políticas pela UnB. Iniciou carreira em 1996 em MG. Foi colunista do Informe JB, da Gazeta Mercantil, dos portais iG e UOL. Apresentou programas na REDEVIDA de Televisão e foi comentarista da Rede Mais/Record Minas. De Brasília, assina a Coluna Esplanada em jornais de capitais e é colunista do portal da Isto É.

Mais problema no Senac-DF: condenado ocupa cargo de diretor

Mais problema no Senac-DF: condenado ocupa cargo de diretor

O Senac do DF foi palco recentemente de uma série de denúncias. O Tribunal de Contas da União e a Câmara dos Deputados apuram desvios, assédios contra funcionários, destruição de provas etc. Os casos levaram o presidente da Fecomércio, José Aparecido, a demitir a então diretora regional Karine Câmara.

Mas onde há palco com dinheiro fácil, o show de irresponsabilidades sempre cotinua. O novo diretor é Vitor de Abreu Corrêa, que foi chefe de gabinete da presidência do DFTrans no Governo de Agnelo Queiroz (PT). Ele foi exonerado na época por denúncias após cobrar empresas a emitir passagens para integrantes de um partido político. E foi condenado a três anos e um mês de reclusão, multa e inexigibilidade por atos de improbidade administrativa e concussão.

Em parte da sentença, o trecho é claro: “Em razão de a condenação gerar inelegibilidade, incluam-se os dados dos réus VITOR e DANIEL no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa e por Ato que implique Inelegibilidade – CNCIAI do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, nos termos do Provimento n.o 29 – CNJ e da Lei Complementar n.o 64/1990”.

Vitor está impedido até hoje de trabalhar em cargos públicos. Não seria diferente em qualquer entidade do Sistema S, que também recebe repasse de dinheiro de governos. Seu cargo se equipara a público, por força do custeio do SENAC via contribuição parafiscal (por força de lei) – e assim, portanto, entidade fiscalizada pelo TCU e pela Controladoria Geral da União. Ele recorreu à Corte mês passado, com um recurso para poder voltar a atuar em cargos públicos. O STJ negou e, portanto, Vitor não poderia nem ocupar a atual vaga de diretor regional do SENAC. Mais uma bomba no colo do Sistema S e de José Aparecido.

Em nota à Coluna, o SENAC-DF informa que Vitor Corrêa ocupa a função “de forma interina”: “Seu trabalho no Senac sempre foi pautado pela ética e transparência. O caso apresentado surgiu no ano de 2011 e ainda está em trâmite no STJ, sem ter sido transitado em julgado. O SENAC-DF não recebeu qualquer comunicação sobre o assunto. Vitor Corrêa reforça que sempre esteve à disposição do Poder Judiciário para esclarecimentos, cumpriu com todas as fases processuais e nunca lesou o erário”.