É fundamental para a consolidação e plenitude da democracia no Brasil a participação de mulheres na política. Atualmente, elas ocupam doze das oitenta e uma cadeiras do Senado. Na Câmara, onde existem quinhentos e treze parlamentares, a representação feminina é de setenta e sete deputadas. Claro que vem crescendo com o tempo, mas a atuação delas ainda é pequena.

Uma boa notícia é que o próprio País também pensa assim, de acordo com uma pesquisa global realizada pelo Instituto Ipsos. O levantamento mostra que sete a cada grupo de dez cidadãos consideram que mais mulheres deveriam ser eleitas – no apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Fiquemos, porém, como nosso País. Com certeza, é nelas que se deposita a esperança de que mandatos sejam exercidos com atitudes, propostas e projetos voltados de fato para o bem público. Entre todas as nações pesquisadas, o Brasil colocou-se em primeiro lugar na defesa da eleição de mulheres. Em segundo lugar estão Peru e Colômbia — respectivamente, neles a representação parlamentar feminina é de 40% e 19,7%. No Brasil temos 15%.

A pesquisa é um excelente sinal da certeza de um futuro político com maior diversidade. E, se hoje, discute-se entre brasileiras e brasileiros uma maior abrangência de mandatos às mulheres, pode-se dizer que tal questão teve início em 1922, quando elas começaram a pleitear o direito ao voto, sob a liderança de Bertha Lutz e com a criação da Federação para o Progresso Feminino.

Um segundo passo foi dado em 1932, mas ainda discriminatório: as mulheres conquistaram o direito ao voto, mas o machismo reinante na sociedade permitia que elas votassem desde que autorizadas por escrito pelo marido. Quanto às viúvas, tinham de possuir renda própria. Dois anos antes, no entanto, uma mulher conseguiu eleger-se a primeira prefeita do Brasil: Alzira Soriano, na cidade de Lajes, no Rio Grande do Norte. A mulher conquistou o direito à votação, como o conhecemos nos dias atuais sob a forma democrática de sufrágio eleitoral, com a Constituição de 1934.