Mais do que sucesso: ela trocou a grandeza externa pela realização real

Tábita Camacho, referência em desenvolvimento humano, impactou milhões de pessoas com sua metodologia, movimentou centenas de milhões em receitas e agora questiona o ritmo do sucesso

Tábita Camacho, administradora mineira e estrategista educacional
Tábita Camacho, administradora mineira e estrategista educacional Foto: Divulgação

Enquanto o Brasil acompanha um crescimento acelerado no mercado de desenvolvimento pessoal — setor que movimentou mais de R$ 80 bilhões globalmente em 2023, segundo o Global Wellness Institute —, uma voz importante do segmento decidiu sair de cena.

Tábita Camacho, administradora mineira e estrategista educacional, foi uma das responsáveis por construir uma das estruturas mais rentáveis de mentorias do país, com mais de 100 mil clientes pagantes e alcance global. Mesmo no auge, com projeção de novos produtos, convites internacionais e um ecossistema digital em expansão, ela tomou uma decisão incomum: parou tudo.

“Com a mesma convicção estratégica com que orientei todas as minhas viradas de carreira, entendi que agora era hora de parar”, afirmou.

A escolha ganha contornos ainda mais simbólicos ao se considerar o cenário atual. Em meio à hiperexposição, às metas agressivas e à cultura da produtividade, o silêncio de Camacho soa quase como um ato de resistência — e reacende debates sobre o impacto da performance constante na saúde mental de líderes e empreendedores.

Nos bastidores da startup Aliança Divergente, com sede em São José dos Campos (SP), ela ajudou na estruturação das metodologias aplicadas em mais de 60 países e, juntamente com seus sócios, coordenou eventos com mais de 100 mil pessoas ao vivo. Dados da empresa apontam que sua metodologia impactava mais de 50 milhões de pessoas por trimestre.

Antes disso, ajudou a reformular os processos pedagógicos em centros de formação e lançou a Academia de Damas, projeto autoral que uniu neurociência, educação parental e análise comportamental. O programa ultrapassou R$ 1 milhão em faturamento logo no primeiro ano.

Ela é coautora de três livros, publicou artigo acadêmico internacional e tem formação em disciplina positiva nos EUA — credenciais que colocariam qualquer profissional em ritmo de escala. Mas Camacho escolheu recuar.

A decisão não foi motivada por colapso nem por crise de imagem. Foi, segundo ela, uma escolha estratégica: “Não é sobre desistir. É sobre mudar de ritmo, de lugar e de intenção”.

Em tempos em que o sucesso é medido por métricas e engajamento, a retirada de uma das vozes mais ativas do setor lança luz sobre uma pergunta que muitos evitam: até quando vale a pena continuar crescendo?