Mais de 770 mil afegãos que haviam emigrado para o Irã por razões econômicas retornaram para seu país em 2018, em um contexto em que as sanções americanas prejudicaram a economia iraniana – anunciou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
As 773.125 pessoas que retornaram e foram registradas pela OIM correspondem a um aumento de 66% em relação a 2017, disse à AFP o chefe da missão da OIM no Afeganistão, Laurence Hart, acrescentando que esta tendência pode continuar em 2019.
Pelo menos 46% desses retornos ocorreram de forma voluntária, enquanto o restante foi expulso, completou a organização.
Esse aumento se deu por conta da “redução das oportunidades econômicas na região (…), especialmente no Irã”, comentou Hart.
A economia iraniana está no vermelho. O rial perdeu quase metade de seu valor desde que, em maio, o presidente americano, Donald Trump, anunciou a retirada de Washington do acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear iraniano e restabeleceu as sanções econômicas.
“Os afegãos trabalham, sobretudo, na economia informal no Irã, onde a demanda por este tipo de trabalho caiu de forma drástica”, indicou a OIM em um relatório publicado no final de dezembro.
As cifras de 2018 são as mais altas desde que a OIM começou a contagem dos afegãos que retornavam, em 2012.
Em contrapartida, do Paquistão, onde muitos afegãos residem desde a invasão soviética do Afeganistão em 1979, retornaram pouco menos de 33 mil.