Um trabalho integrado das polícias civis do país levou à prisão, nesta sexta-feira, de mais de 700 suspeitos de terem cometido ou planejado assassinatos – grande parte deles feminicídios -, segundo o primeiro balanço de uma operação que tem como objetivo principal combater os crimes contra a mulher.

A operação, batizada de Cronos, contou com a participação de 5.000 policiais em 16 estados e o Distrito Federal, e espera-se que chegue a um milhar de detenções durante o dia, informou o Ministério da Segurança Pública.

Até 11h00, o balanço parcial era de 643 adultos e 61 adolescentes presos, além de 32 armas apreendidas.

“O que nos importa é a proteção e a garantia da vida, sobretudo combater o feminicídio, esse crime covarde e inaceitável. Todos são, mas alguns são mais graves e repulsivos, sobretudo contra mulheres”, afirmou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, em uma coletiva de imprensa em Brasília.

Jungmann não especificou, no entanto, quantos dos detidos eram suspeitos de feminicídio.

Em alguns estados, serão efetuadas prisões de pessoas que descumpriram medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha, de acordo com Ministério da Segurança Pública.

A operação, que foi definida em julho, é uma das primeiras desde a implantação, em junho, do Sistema Único de Segurança Pública, que prevê a integração das polícias de todos os estados do país.

O Brasil bateu em 2017 um novo recorde de homicídios, com mais de sete assassinatos por hora e um total de 63.880 casos, um aumento de 2,9% em relação a 2016, segundo o anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

De acordo com esse balanço, 4.539 das vítimas foram mulheres, 1.133 delas assassinadas em casos de feminicídio, ou seja, pelo fato de ser mulher.

A operação policial desta sexta-feira é de uma magnitude incomum, e se realiza a menos de dois meses das eleições presidenciais, legislativas e de governadores de 7 de outubro, nas quais a insegurança aparece como um dos temas centrais.