Mais de 7.000 pessoas deixaram Santorini nas últimas 48 horas devido aos terremotos sucessivos que continuavam sacudindo a ilha grega nesta terça-feira (4), um fenômeno sem precedentes que surpreende os cientistas.
Cerca de 5.755 passageiros embarcaram desde o domingo em balsas que começaram a deixar a ilha vulcânica, famosa pelas capelas de cúpulas azuis, segundo uma contagem da guarda-costeira grega obtida pela AFP nesta terça.
A companhia aérea grega Aegean Airlines informou que transportou 1.294 passageiros de Santorini para Atenas na segunda-feira, em um total de nove voos, sendo cinco extras.
A atividade sísmica perto da ilha com formato de meia lua tem uma sequência sem precedentes nesta região desde o início dos registros, em 1964, segundo dados do Instituto Geodinâmico do Observatório de Atenas.
Mais de 180 sismos foram registrados diariamente desde o domingo, dos quais mais da metade passam a magnitude 3.
Em uma área de aproximadamente 1.000 km² ao redor da ilha, entre 24 de janeiro e o meio-dia de 4 de fevereiro, foram contabilizados 750 sismos.
Para o professor de sismologia Kostas Papazachos, estes sismos repetitivos constituem um “fenômeno sem precedentes para os registros da região grega”.
“Não temos um terremoto principal, mas uma sequência de muitos terremotos”, observou em declarações ao canal de televisão privada ANT1.
“Nunca experimentamos algo assim antes”, acrescentou Athanasios Ganas, diretor de pesquisas do Observatório de Atenas.
“Agora, temos mais de 41 terremotos superiores à magnitude 4 em um período de 72 horas”, acrescentou.
Um terremoto de magnitude 4,9 foi registrado nesta terça-feira às 4h45 locais (23h45 de segunda, horário de Brasília) com epicentro no Mar Egeu, a cerca de 31 km de Santorini, informou o Instituto Geodinâmico do Observatório de Atenas.
Pouco depois, às 6h00 GMT (3h00 em Brasília), outro tremor de 4,7 ocorreu na mesma área, cerca de 19 km a sudoeste de Amorgos, outra ilha turística no arquipélago das Cíclades que tem menos de 2.000 habitantes permanentes.
Cientistas gregos já alertaram que a atividade sísmica, que se intensificou desde sábado, pode continuar por semanas.
No entanto, “o cenário de terremotos de magnitude 6 ou mais continua improvável”, disse o presidente da Organização para Planejamento e Proteção Sísmica (OASP), Efthymios Lekkas, à Mega Television.
Todas as escolas em Santorini, Amorgos e ilhas vizinhas permanecerão fechadas até sexta-feira, embora as autoridades insistam que são medidas de precaução.
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