O governo britânico anunciou nesta terça-feira (22) que mais de 60 mil espectadores serão permitidos nas arquibancadas de Wembley para as semifinais e final da Eurocopa em 6, 7 e 11 de julho, em vez dos 40 mil inicialmente planejados.

“Mais de 60 mil torcedores poderão agora assistir às semifinais e à final da Eurocopa no estádio de Wembley”, escreveu o governo.

A decisão vem após dias de incerteza depois que a Uefa pediu a Londres para aliviar as restrições de circulação devido à covid-19 para o 2.500 convidados VIPs esperados na final em 11 de julho.

Após o anúncio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou sua “preocupação” diante da flexibilização das restrições contra o coronavírus nos países que participam da Eurocopa.

“Em algumas das cidades anfitriãs, os casos de covid-19 já estão aumentando nas zonas onde as partidas estão sendo disputadas”, declarou Robb Butler, um diretor-executivo do escritório regional da OMS para a Europa, à AFP.

A organização da ONU, que se negou a nomear diretamente cidades e países, lamentou o fato de que “alguns estádios que acolhem o torneio estão aumentando o número de espectadores que podem ver uma partida”.

A imprensa britânica chegou a alertar para a ameaça de que a final ocorresse em Budapeste, onde os estádios podem ficar 100% cheios.

Será “a maior multidão reunida para um evento esportivo em mais de quinze meses no Reino Unido”, felicitou-se o governo britânico na sua declaração.

“Estou grato ao primeiro-ministro e ao governo britânico pelo árduo trabalho para conseguir este acordo para tornar a final deste torneio um grande sucesso em Wembley”, afirmou o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, citado no comunicado.

Para as três partidas do Grupo D na Inglaterra, na fase de grupos, foi autorizada a presença de 22.500 espectadores, 25% da capacidade máxima do estádio.

Na semana passada, o governo aumentou o limite de capacidade para 40 mil em uma das duas rodadas das oitavas de final programadas no estádio, o que pode afetar a Inglaterra em 29 de junho se terminar na frente de seu grupo caso vença a República Tcheca nesta terça-feira à noite, bem como nas últimas três rodadas do torneio.

– Variante Delta –

Na segunda-feira, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, desejou que “a final do campeonato europeu não aconteça em um país onde as infecções estão crescendo rapidamente”.

A variante Delta, inicialmente identificada na Índia e altamente contagiosa, gerou um aumento nos casos no Reino Unido, o que levou o governo a adiar o levantamento das últimas medidas anticovid programadas para segunda-feira.

O pedido não foi bem recebido pela opinião pública, uma vez que os britânicos ainda enfrentam obstáculos em seus movimentos com períodos de isolamento e quarentenas obrigatórias no retorno do exterior.

Este anúncio acaba com o suspense, embora não haja menção aos 2.500 VIPs.

“Trabalhamos em estreita colaboração com a Uefa e a (Federação Inglesa de Futebol) para garantir que medidas sanitárias rigorosas e drásticas sejam postas em prática para permitir que mais torcedores assistam ao jogo ao vivo”, disse o ministro dos Esportes, Oliver Dowden, no comunicado.

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