Seis embarcações com 518 migrantes, todos vivos, chegaram ao arquipélago espanhol das Ilhas Canárias nas últimas 24 horas, após percorrerem uma das rotas migratórias mais perigosas do mundo, informou o serviço espanhol de Resgate Marítimo nesta sexta-feira (6).

Estas novas chegadas ocorrem ao mesmo tempo que os líderes europeus se encontram reunidos em Granada, no sul de Espanha, para abordar a espinhosa questão da migração, incluída na agenda após uma nova onda de migrantes à ilha italiana de Lampedusa.

Segundo uma porta-voz de Resgate Marítimo, três embarcações com 275 pessoas a bordo foram atendidas na ilha de El Hierro, no sudoeste do arquipélago. Outras duas canoas chegaram à ilha de Tenerife, e mais uma, à Gran Canaria.

Ainda conforme a mesma fonte, os migrantes foram atendidos pelos serviços de socorro, que há semanas enfrentam um aumento significativo das chegadas a esse arquipélago localizado na costa noroeste do continente africano.

Na terça-feira, 280 migrantes chegaram a El Hierro em uma embarcação, o maior número de passageiros em uma única canoa com destino às Ilhas Canárias, de acordo com os serviços de resgate marítimo. Em uma semana, esta pequena ilha de 11 mil habitantes recebeu mais de 1.200 migrantes.

Ante esse aumento de chegadas, as autoridades espanholas transferiram, na noite de quinta para sexta-feira, cerca de 500 migrantes de El Hierro para a ilha de Tenerife, devido à sobrecarga dos serviços de acolhida, informou uma correspondente da AFP no local.

Há alguns anos, a rota migratória para Ilhas Canárias tem sido especialmente movimentada, devido ao endurecimento dos controles no Mediterrâneo. Os naufrágios são frequentes, por se tratar de uma travessia muito perigosa.

Entre 1º de janeiro e 30 de setembro deste ano, 14.976 migrantes chegaram às Ilhas Canárias, o que representa um aumento de 19,8% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com os últimos números do Ministério espanhol do Interior.

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