Cinquenta e um imigrantes, que se apresentaram como curdos, desembarcaram na madrugada desta quinta-feira em uma praia no extremo sul da Itália, enquanto o ministro do Interior, Matteo Salvini, insiste que as portas do país estão fechadas.

Segundo o Ministério do Interior, trata-se do primeiro desembarque de imigrantes do ano. Em 2018, a Itália registrou 23.370 chegadas em suas costas: quase 13.000 haviam deixado a Líbia e os demais a Tunísia, Turquia ou Argélia.

Os imigrantes que partem da Turquia chegam frequentemente amontoados em veleiros conduzidos por contrabandistas ucranianos ou russos e desembarcam ao cair da noite nas praias no extremo sul da península.

Nesta quinta-feira, por volta das 4h00 (1h00 de Brasília), os moradores de Torre Melissa, na Calábria, foram despertados pelos gritos dos imigrantes, cujo veleiro havia virado a poucos metros da praia, informou a imprensa italiana.

Graças à solidariedade dos moradores locais, eles foram levados para um hotel próximo para se aquecerem e foram transferidos para um centro de acolhida durante o dia.

Entre eles estão seis mulheres e quatro crianças, incluindo um bebê de alguns meses. E dois homens suspeitos de serem os contrabandistas foram presos.

Apesar do firme discurso que Salvini repetiu esta quinta-feira contra qualquer desembarque na Itália de imigrantes resgatados no mar, as chegadas continuam na costa.

Desde que o chefe da extrema direita italiana tomou posse em 1º de junho, o Ministério do Interior registrou 9.930 chegadas nas costas italianas, numa média de 44 imigrantes por dia.