Mais de 50 garimpeiros ilegais, dois deles brasileiros, foram detidos na maior reserva natural da Venezuela durante operações militares após as quais cerca de 12.000 pessoas que trabalhavam com a extração clandestina de ouro foram despejadas.

“Em virtude das operações realizadas, atualmente estão detidas 51 pessoas: 37 colombianos, 9 venezuelanos, 2 brasileiros, 2 equatorianos e 1 peruano”, informou o general Domingo Hernández Lárez, chefe do Comando Estratégico Operacional da Força Armada (Ceofanb) na rede social X, antigo Twitter.

Os detidos são acusados de “controlar toda a atividade garimpeira no Parque Nacional Yapacana”, cometer “ecocídio” e “agredir” militares encarregados das operações, e por isso foram colocados à disposição dos tribunais venezuelanos, acrescentou o militar.

Fronteiriço com a Colômbia e o Brasil, o parque nacional Cerro Yapacana, localizado no estado do Amazonas (sul), foi tomado por garimpeiros que buscam ouro neste ecossistema de 320.000 hectares, provocando estragos que têm sido denunciados durante anos por organizações não governamentais.

Em 13 de setembro passado, um confronto entre garimpeiros contrários aos despejos e agentes da Força Armada deixou dois mortos e pelo menos seis feridos, três deles militares, segundo autoridades venezuelanas.

Vários feridos se dirigiram para a localidade de Inírida, no departamento (estado) de Guainía, Colômbia, confirmaram as autoridades do país.

A Defensoria do Povo da Colômbia informou na segunda-feira, também pelo X, que “após as operações militares venezuelanas contra o garimpo ilegal (…) deram entrada 141 pessoas: 105 de origem venezuelano”.

E acrescentou: “nove pessoas feridas receberam atendimento médico e 18 estão em abrigos”.

A ONG SOS Orinoco, crítica ao governo, destacou em um relatório publicado em setembro que até agosto de 2023, vinte e três garimpos ilegais afetavam 3.316 hectares em Yapacana.

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