Mais de 40 milhões de chineses foram isolados em suas cidades, nesta sexta-feira (24), depois da imposição de restrições em outras cinco localidades para evitar a propagação do coronavírus, que já matou 26 pessoas e contaminou pelo menos 830 no gigante asiático.

Ao todo, 13 prefeituras adotaram medidas de confinamento na região de Wuhan (centro), a metrópole de 11 milhões de habitantes, onde se detectou o vírus em dezembro.

Autoridades das cidades de Jingzhou, Xianning, Xiaogan, Enshi e Zhijiang – todas situadas na província central de Hubei, epicentro do vírus – anunciaram que os serviços de transportes públicos, tanto de ônibus quanto estações de trem e metrô, estão suspensos.

Estas cidades são as últimas em Hubei a impor restrições às viagens nestas 24 horas, na tentativa de prevenir a propagação do novo coronavírus da família da SRAS (Síndrome Respiratória Aguda Severa).

As autoridades de Hubei também anunciaram a suspensão de eventos culturais e públicos.

Os serviços de táxi também ficam restringidos, e as agências de viagens da província suspenderam suas atividades e deixaram de organizar excursões, anunciaram autoridades locais nesta sexta.

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Cidades como Zhijiang, de 550.000 habitantes, fecharam todas as lojas, à exceção das farmácias, enquanto Enshi, de 800.000 habitantes, fechou todos os centros de lazer.

Na quinta-feira, todos os voos, trens, ônibus e embarcações de passageiros procedentes de Wuhan foram suspensos, deixando esta metrópole praticamente isolada.

A propagação do vírus surpreendeu a China, em meio às festividades do Ano Novo chinês, uma época marcada por inúmeras celebrações públicas e em que milhões de pessoas voltam para suas cidades de origem para passar as festas com a família.

O governo chinês anunciou hoje a construção de um hospital de 25.000 m2 destinado a receber cerca de mil pacientes vítimas do coronavírus. De acordo com a agência de notícias Xinhua, o serviço estará disponível a partir de 3 de fevereiro.

Imagens transmitidas pela televisão mostravam o maquinário iniciando os trabalhos no terreno onde o centro médico será erguido em Wuhan. Serão aceitos apenas doentes desta pneumonia viral de origem ainda desconhecida.

O estabelecimento “vai aliviar a escassez de recursos médicos”, anunciou esta agência pública de notícias.

Durante a epidemia de SARS em 2003, a China construiu um hospital em tempo recorde: uma semana.

Também nesta sexta, primeiro dia de férias do Ano Novo chinês, o parque de diversões da Disneylândia em Xangai anunciou que vai permanecer fechado até nova ordem, devido à propagação do coronavírus.

Esta decisão foi tomada “com fins preventivos e de controle da epidemia e para preservar a saúde” de seus clientes e funcionários, explicou o Shanghai Disney em sua página institucional on-line.

Além disso, setores da famosa Grande Muralha da China foram fechados, bem como monumentos emblemáticos como os túmulos dos Ming e a floresta de pagodes.

O estádio nacional de Pequim, chamado de “ninho”, construído para os Jogos Olímpicos de 2008, vai permanecer fechado até 30 de janeiro.


Ontem, a trupe canadense Cirque du Soleil já havia informado o cancelamento de suas apresentações em Hangzhou, pelo mesmo motivo.

“Neste momento, todos nós temos a responsabilidade de dar um passo à frente e adotar atividades preventivas. Vamos continuar à frente destes esforços, colocando a saúde e a segurança das pessoas como nossa prioridade máxima”, afirmou o diretor do Cirque du Soleil, Daniel Lamarre, em um comunicado.

Esta nova cepa do coronavírus foi identificada pela primeira vez em um mercado de mariscos e animais vivos na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei.

Sua semelhança com a SRAS, que deixou cerca de 650 mortos na China e em Hong Kong entre 2002 e 2003, está causando alarme.

Nesta sexta o Nepal anunciou um caso confirmado, o primeiro no sul da Ásia, enquanto os Estados Unidos confirmaram dois casos e 50 suspeitos. Os dois primeiros casos na Europa foram confirmados nesta sexta-feira na França.


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