Mais de 3,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, segundo uma contagem da ONU publicado nesta terça-feira (22). Do total, 90% é de mulheres e crianças. O Alto Comissariado para os Refugiados (ACNUR) contabilizou às 9 horas, desta terça, exatamente 3.557.245 refugiados ucranianos, 67.601 pessoas a mais que na segunda.

“Esse é verdadeiramente outro marco trágico para o povo ucraniano” e foi produzido “em pouco menos de um mês”, disse o porta-voz do ACNUR, Matthew Saltmarsh, aos jornalistas em Genebra. A Europa não havia visto um fluxo tão rápido de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.

Segundo o Unicef, mais de 1,5 milhão de crianças se encontram entre os que fugiram. Isso levou as agências da ONU, mas também a Europol, a advertir repetidamente sobre os riscos de exploração de mulheres e menores.

Somente a Polônia abriga mais da metade de todos os refugiados: em torno de seis a cada 10. No total, desde o início da invasão, 2.113.554 pessoas se refugiaram no país segundo a contagem do ACNUR. Deles, “ao redor de dois terços querem permanecer na Polônia”, disse, nesta terça, aos jornalistas em Genebra a representante da Organização Mundial de Saúde na Ucrânia, Paloma Cuchi.

Atrás da Polônia, segue a Romênia com 543.308 refugiados recebidos e a Moldávia, um pequeno país de 2,6 milhões de habitantes e um dos mais pobres da Europa, onde entraram 367 mil e 913 pessoas, mas no caso desses Estados, muitos refugiados pretendem seguir adiante. A Hungria recebeu 317.863 refugiados até o momento, segundo a última atualização do ACNUR em 21 de março. A Eslováquia recebeu 253 mil e 592 pessoas, quase o mesmo que a Rússia, que abriga 252 mil e 376 ucranianos.

A agência da ONU destacou também que outras 113 mil pessoas haviam cruzado o próprio país vindos dos territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk.