ROMA, 28 JUN (ANSA) – Pelo menos 22 pessoas desapareceram no naufrágio de um bote inflável no Mediterrâneo Central nesta terça-feira (28), em mais uma tragédia na rota migratória mais mortal do planeta.   

O incidente foi noticiado pela ONG Médicos Sem Fronteiras, que opera o navio de resgate Geo Barents no Mediterrâneo. De acordo com a entidade, 71 pessoas foram salvas no naufrágio, porém outras 22 desapareceram e uma morreu.   

Ainda segundo MSF, 15% dos náufragos apresentam queimaduras provocadas por combustível e precisam de tratamento médico. Uma criança e sua mãe já foram evacuadas para Malta, mas agora a ONG pede um porto seguro para atracar.   

“Dezenas de pessoas lutaram para sobreviver na água. Todas estão gravemente traumatizadas e chocadas”, afirmou Médicos Sem Fronteiras.   

A rota migratória do Mediterrâneo Central, entre Líbia e Tunísia, no norte da África, e Itália e Malta, no sul da Europa, é considerada a mais mortal do mundo pela Organização Internacional das Migrações (OIM) e vem registrando um aumento nas travessias.   

Apenas a Itália já recebeu 26.652 migrantes forçados via Mediterrâneo em 2022, crescimento de 35% na comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com o Ministério do Interior.   

Os principais países de origem dos deslocados são Bangladesh (4.605), Egito (4.154), Tunísia (3.807), Afeganistão (2.697) e Síria (1.548). Geralmente, esses migrantes usam a Itália como porta de entrada na União Europeia e depois seguem para países ao norte.   

Segundo a OIM, 721 pessoas já morreram ou desapareceram na travessia do Mediterrâneo Central em 2022. (ANSA).