De janeiro a junho deste ano, os acidentes de trânsito provocaram 19.398 mil mortes e 20 mil casos de invalidez permanente no país. Os dados foram divulgados hoje (12), no Rio de Janeiro, pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), órgão da Escola Nacional de Seguros.

As principais vítimas são homens de 18 a 65 anos e motociclistas. A economista e coautora do estudo Natália Oliveira alertou que os principais fatores associados aos acidentes são falta de educação, desrespeito às leis, excesso de velocidade, ingestão de álcool, direção perigosa e uso de celular.

“Falta respeito à legislação, porque lei a gente tem. Falta respeito e saber o quanto isso está impactando negativamente na nossa economia”, disse a economista, informando que as estatísticas revelam que, em média, 75% dos acidentados eram homens e cerca de 90,5% estavam na idade economicamente ativa, isto é, de 18 anos a 65 anos de idade.

Prejuízos

Os acidentes somaram R$ 96,5 bilhões, valor que corresponde ao que as vítimas poderiam ter produzido, pois foram atingidas em plena fase economicamente ativa. A análise foi feita à Agência Brasil pela economista do CPES e coautora do estudo Natália Oliveira.

O fator que mede a perda da capacidade produtiva é denominado Valor Estatístico da Vida (VEV) e se refere a quanto cada brasileiro é capaz de produzir ao longo de sua vida útil.

De acordo com o estudo, baseado em indicadores do seguro obrigatório contra acidentes de trânsito, o DPVAT, o número de mortes permaneceu no mesmo patamar de igual período do ano passado (19.367), mas os casos de invalidez permanente diminuíram 16%. Nos primeiros seis meses de 2017, o total de pessoas com invalidez permanente alcançava 23.938.

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Impactos

No primeiro trimestre de 2017, o impacto econômico atingiu R$ 103 bilhões, houve redução de 7% nas perdas geradas pela violência no trânsito no acumulado janeiro/junho de 2018.

Porém, em alguns estados observou-se ampliação das perdas, com destaque para Amazonas (+27%), Roraima (+25%), Mato Grosso (+22%). Em contrapartida, os estados do Rio Grande do Sul, Acre e Amapá registraram as maiores reduções de prejuízos econômicos no trânsito (-26%, -24% e -23%, respectivamente). No Rio de Janeiro, o aumento foi de 3%, enquanto em São Paulo ocorreu queda de 7%.

A Região Sudeste apresentou o maior valor de perdas econômicas com os acidentes no trânsito (R$ 36,7 bilhões). Já o menor percentual foi registrado no Norte do país: R$ 5,89 bilhões.

Campanha

Na Semana Nacional de Trânsito, de 18 a 25 de setembro, a pesquisadora defendeu o reforço à educação e fiscalização no Brasil. Ela lembrou que a obrigatoriedade da utilização do cinto de segurança no banco de trás dos veículos, apesar de prevista na lei, é desobedecida.

“Não adianta só ter a lei. É preciso educação para respeitá-la e, além disso, a gente percebe que, com fiscalização e punição, consegue-se ter um bom resultado”, afirmou Natália Oliveira.

Segundo a pesquisadora, a preocupação é com a perspectiva de três feriados prolongados no segundo semestre e das festas de fim de ano, pois o risco de acidentes aumenta, de acordo com a Escola Nacional de Seguros.

A Campanha da Semana Nacional de Trânsito visa incentivar todos os motoristas, pedestres e passageiros a optarem por um trânsito mais seguro.


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