As forças de segurança do Paquistão iniciaram nesta quarta-feira (12) uma operação em larga escala para resgatar um trem sequestrado por militantes separatistas do Baluchistão com mais de 450 passageiros, dos quais 155 foram libertados.
Os criminosos explodiram um trecho da ferrovia e tomaram o controle do trem na noite de terça-feira na região do Baluchistão, uma empobrecida província que tem reservas de petróleo e minerais no sudoeste do país, cenário de muitos ataques separatistas.
Segundo um primeiro balanço provisório, três pessoas, incluindo o condutor do trem, morreram durante o ataque no remoto distrito montanhoso de Sibi.
Uma fonte das forças de segurança confirmou à AFP “uma operação em larga escala” para libertar os demais reféns.
“As forças de segurança salvaram 155 passageiros (…) 27 terroristas foram eliminados”, disse a fonte. Em um primeiro balanço, as autoridades informaram a libertação de pelo menos “31 mulheres e 15 crianças”.
As autoridades não anunciaram quantas pessoas permanecem a bordo do trem.
O ataque foi reivindicado pelo Exército de Libertação do Baluchistão (ELB), principal grupo separatista da província que faz fronteira com o Afeganistão e o Irã.
Muhamad Kashif, funcionário de alto escalão do departamento ferroviário, disse à AFP que “mais de 450 passageiros a bordo” foram tomados como reféns.
Algumas pessoas que conseguiram escapar na terça-feira explicaram que precisaram caminhar durante horas por um terreno montanhoso para escapar dos criminosos.
“Não tenho palavras para descrever como conseguimos escapar. Foi aterrorizante”, disse à AFP Muhamad Bilal, que viajava com sua mãe no trem Jafar Express.
Um paramédico e um funcionário do departamento ferroviário afirmaram que o condutor do trem, um policial e um soldado foram assassinados no ataque.
Quase 80 reféns libertados foram levados para a capital provincial, Quetta, afirmou uma fonte policial que pediu anonimato.
O trem saiu por volta das 9h00 de Quetta rumo a Peshawar, em uma viagem que deveria durar mais de 30 horas. O ataque aconteceu quase quatro horas depois.
As forças de segurança combatem há décadas os insurgentes desta província. Os grupos rebeldes acusam as autoridades de permitir que estrangeiros explorem seus recursos naturais sem que isso beneficie a população.
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