O governo do México afirmou nesta quinta-feira (8) que há 107 mexicanos entre os 680 imigrantes detidos em operações realizadas nesta quarta-feira em fábricas no Mississippi, sudeste dos Estados Unidos.
“Já temos confirmado que, nessa operação, teriam sido detidos 107 compatriotas mexicanos”, disse a jornalistas o chanceler Marcelo Ebrard, que informou que todos os mexicanos detidos nas operações contarão com a assistência dos consulados em seu processo legal.
“Nas próximas horas, poderemos determinar e informar qual é o status de cada uma das pessoas referidas e qual será seu destino”, acrescentou.
O chanceler também disse que quem for repatriado receberá “o apoio do governo do México para emprego, saúde e educação”.
Realizadas na quarta-feira em sete fábricas de processamento de alimentos, as operações são parte das medidas do presidente Donald Trump contra a imigração clandestina.
Elas aconteceram no mesmo dia em que Trump visitou El Paso, no Texas. No último sábado, nesta localidade, um atirador matou 22 pessoas, depois de publicar um manifesto racista on-line. No texto, falava em combater a “invasão” de hispânicos no país.
Testemunhas relataram à mídia local que os imigrantes detidos foram transportados de ônibus das fábricas em que trabalhavam. Ebrard disse que pedirá que “a Comissão Interamericana de Direitos Humanos visite os centros de detenção nos Estados Unidos”.
Em junho, Trump escreveu em um tuíte que deportaria “milhões de estrangeiros ilegais”. Desde então, a comunidade latina está ansiosa com a possibilidade de inesperadas operações em massa.
Advogados e ativistas afirmam que a comunidade deve conhecer os seus direitos, organizar seus documentos, prever quem ficará com a custódia dos filhos em caso de detenção e, antes de tudo, não abrir a porta para um oficial da ICE (agência responsável pelo setor de Imigração e Aduanas) que não apresente um mandado de prisão.
Ebrard disse também que, no próximo 15 de agosto, será realizado um encontro na Chancelaria mexicana “com os países de língua hispânica para discutir a defesa e a promoção das civilizações e culturas de língua hispânica no mundo e, especialmente, nos Estados Unidos”.