Mais de 100 estudantes que sofreram um ataque do grupo extremista Boko Haram contra uma escola de meninas no nordeste da Nigéria seguiam desaparecidas nesta quarta-feira (21), dois dias depois do ocorrido.

Os milicianos do Boko Haram, fortemente armados, invadiram na segunda-feira a Girls Science Secondary School, na localidade de Dapchi, no estado de Yobe, na noite de segunda-feira. Testemunhas locais contaram que as alunas e os professores da instituição feminina inicialmente fugiram. Desde então, aumentaram os temores sobre o paradeiro das estudantes.

Cerca de 50 pais, mães e tutores foram à escola em busca de respostas nesta quarta, quando a Polícia informou que 111 meninas continuavam desaparecidas.

Segundo o delegado de Polícia do estado de Yobe, Abdulmaliki Sumonu, “815 estudantes retornaram à escola (…) de um total de 926” que estudam no colégio.

“O resto está desaparecido. Por enquanto não foi estabelecido nenhum caso de sequestro”, acrescentou de Damaturu, capital do estado.

“Nossa filhas estão desaparecidas há dois dias e não sabemos onde estão”, disse à AFP Abubakar Shehu, cuja sobrinha está no grupo das desaparecidas.

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“Nos dizem que se refugiaram em outras aldeias, mas estivemos em todos os lugares mencionados em vão”, acrescentou. “Começamos a temer que tenha acontecido o pior”, continuou.

Inuwa Mohamed, cuja filha de 16 anos, Falmata, não reapareceu, confirmou que os pais haviam procurado suas filhas em todas as localidades próximas.

“Ninguém nos diz nada oficialmente”, declarou Moahmed à AFP. “Continuamos sem saber quantas foram encontradas e quantas continuam desaparecidas”, afirmou.

O estado de Yobe é um dos mais atingidos pela insurgência do Boko Haram.

O acontecimento gerou temores de que ocorra um novo caso como o das 276 estudantes sequestradas pelo Boko Haram em 2014 em Chibok, no estado vizinho de Borno. Muitas delas conseguiram fugir ou foram libertadas como parte de um acordo com o governo, mas 112 ainda continuam retidas.

O Boko Haram sequestrou milhares de mulheres e jovens, assim como homens e meninos em idade de combate, em meio ao conflito que deixou ao menos 20 mil mortos desde 2009.


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