Nascido e criado nos subúrbios de Paris, onde viveu até os 14 anos, o atacante Kylian Mbappé é a principal esperança da favorita França para conquistar a Eurocopa, que começa nesta sexta-feira, 11. De pai ex-jogador de futebol camaronês e mãe argelina ex-atleta de handebol, Mbappé poderia ter optado no passado por defender uma das seleções de seus pais. O caso do atacante do Paris Saint-Germain não é o único. A atual edição da Euro conta hoje com 56 atletas de origem de 22 nações da África distribuídos em 13 países participantes. O número é superior aos 42 registrados na Eurocopa 2016, embora na edição passada fossem apenas 23 convocados por país e não 26 como na atual.

É justamente a França de Mbappé a seleção com mais atletas convocados que têm origem em países africanos, com 12. Além do destaque do PSG, integram a lista Karim Benzema (Argélia), Paul Pogba (Guiné), N’Golo Kanté (Mali), Presnel Kimpembé (RD Congo), Wissam Ben Yedder (Tunísia), Jules Koundé (Benin), Moussa Sissoko (Mali), Ousmane Dembele (Mauritânia/Senegal), Kurt Zouma (República Centro-Africana), Steve Mandanda (RD Congo) e Correntin Tolisso (Togo)

Os franceses são seguidos por Bélgica e Suíça (8), Portugal (5), Alemanha e Suécia (4), Áustria, Islândia, Holanda (3), Dinamarca e País de Gales (2), além de Inglaterra e Espanha (1). A República Democrática do Congo é o país da África que mais tem atletas de sua origem na Euro, com 11, à frente de Nigéria e Angola, ambos com cinco.

Muitas seleções africanas monitoram jovens jogadores de destaque para possíveis convocações desde a base. Nos últimos anos, a Nigéria foi atrás de Dominic Solanke, Tammy Abraham e Ademola Lookman, três atletas da seleção inglesa sub-21, mas só Lookman demonstrou interesse e aguarda aval da Fifa para atuar pela seleção nigeriana.

O jovem Bukayo Saka, destaque do Arsenal na última temporada, cuja mãe é nigeriana, também chegou a receber um convite da Federação Nigeriana no ano passado, mas optou por seu país de nascença.

“Sinto que estou muito, muito orgulhoso da minha herança nigeriana. Sempre assisto aos jogos onde posso e desejo a eles tudo de bom e apoio-os o tempo todo. Mas eu vi o processo de como a Inglaterra está se transformando e acho que no futuro eles farão grandes coisas. Acho que foi certo escolher a Inglaterra”, disse Saka ao Metro no fim do ano passado.

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Alguns jogadores enfrentam mais dificuldades na hora de escolher a seleção para servir. Nascido em Barcelona e com pais de Mali, o atacante Adama Traoré, que foi convocado pela seleção espanhola para a disputa da Euro, é um desses casos.

Em 2014, a Federação de Futebol de Mali anunciou que Adama e seu irmão Moha haviam decidido representar a seleção principal, mas no ano seguinte o atleta contou à BBC que ainda estudava suas opções. “Uma decisão não é algo em que estou pensando agora”, disse à época.

Em março de 2018, Traoré fez sua estreia pela Espanha sub-21 pelas eliminatórias europeias da categoria. No ano seguinte, chegou a se encontrar com membros da Federação de Futebol de Mali, mas dias depois recebeu convocação da Espanha para as eliminatórias para a Eurocopa 2020. Na ocasião, o jogador se contundiu e não pôde entrar em campo.

Apesar disso, em janeiro do ano passado, o atacante disse que não havia se decidido, só que sete meses depois foi novamente convocado pela Espanha para duas partidas da Liga das Nações. Entre o fim de setembro e início de outubro, foi convocado tanto por Mali como pela Espanha, mas optou pela seleção espanhola, estreando contra a Suíça em partida válida pela Liga das Nações, encerrando de vez a possibilidade de defender os malineses de acordo com as regras da Fifa.

A Espanha de Adama Traoré estreia contra a Suécia pelo grupo E na Eurocopa na segunda-feira, 14, às 16h, mas a competição começa já nesta sexta, 11, também às 16h, com Itália e Turquia, em Roma, válido pelo grupo A.


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