Se for dirigir o Audi R8 Coupé V10 Plus pelas ruas de qualquer cidade brasileira, prepare-se para ser o centro das atenções. Com seu design futurista e o ronco intimidador do motor, é impossível não sair por aí sem ser fotografado por um batalhão de celulares. Foi assim no teste feito pela reportagem da Motor Show, revista de carros da Editora Três, e será da mesma maneira quando você tiver este Audi para chamar de seu. O modelo mais caro (o preço sugerido é de exatos R$ 1.170.990) e mais rápido (faz de 0 a 100 Km/h em ínfimos 2s96) da marca alemã chegou ao Brasil em 2017 – e veio para fazer barulho, como era de se esperar.

O R8 é baixo como deve ser um superesportivo, erguendo-se a apenas 1,41m do solo, e a posição de dirigir é colada ao chão. Como nas Ferraris, o botão de partida fica também no volante, acompanhado de outros que selecionam o ruído do escape e os modos de condução. Com a ignição, vem o ronco deliciosamente grave, e aí você lembra que está no comando de um V10 aspirado. Em tempos de downsizing e turbos, o V10 é uma raridade com dias contados, um toque do passado que contrasta com as linhas futuristas do R8. O motor não impressiona tanto pelo torque, menor do que nos rivais turbinados, mas gira como nenhum outro até encontrar seu pico de potência a 8.250 rpm.

Antes de acelerar de verdade, você deve dirigir no modo Comfort, uma espécie de preparação para o que vem a seguir. Nele, usa-se menos de 10% da potência e o R8 segue silencioso, o que pode ser uma decepção. As trocas de marcha são antecipadas, o rodar é macio e a direção não é exageradamente direta, tornando o R8 compatível para o uso cotidiano. Mas a graça de um carro como esse é outra. O R8 é para ser guiado no modo Performance ou Dynamic, e agora o superesportivo se revela de verdade. Seja qual for a escolha, a transformação é imediata: cada defeito da pista passa a ser transmitido à cabine, a direção torna-se absurdamente direta e as trocas e reduções de marcha são seguidas de estouros. Sim, agora está bem claro: você tem em mãos uma máquina poderosa.

O baixo peso (a carroceria é de alumínio e fibra de carbono) ajuda o R8 a ser tão veloz, e nos testes oficiais ele chegou a 200 km/h em menos de 10 segundos. É impressionante como você pode estar a 150 km/h e mesmo assim grudar no banco ao afundar o pé direito, como se partisse da imobilidade. O V10 urra em alto som, subindo rápido as rotações até o conta-giros piscar vermelho. É o sinal (para quem optou por trocas manuais) para mudar de marcha, e assim você tira o máximo de desempenho do motor. Mesmo tão veloz, o R8 não é difícil de domar. Se o motorista cometer pequenos deslizes, as interferências da eletrônica são sutis, e não dá para perceber as correções de rumo. Só tome cuidado com a velocidade: este Audi voa e você nem vai se dar conta disso.

Com reportagem de Flávio Silveira