A empresária Maíra Cardi, 39 anos, revelou ter sido vítima de abusos sexuais na infância e na adolescência. Os agressores eram pessoas próximas, como um vizinho e um professor de ginástica.

Durante sua participação no podcast PodC, comandado por Celso Portiolli, que foi publicado na última quinta-feira (16), Cardi contou que o primeiro abuso aconteceu  quando ela tinha de 4 para 5 anos. Um vizinho amigo da família se aproveitava do momento em que estavam na piscina para passar a mão em suas partes íntimas.

“Tinha um vizinho que me abusava, e eu não gostava obviamente, e ele me chamava sempre para ir para a piscina, e ele enfiava a mão por dentro da minha calcinha, e eu ficava tentando sair, de 4 para 5 anos. Ele falava: ‘vem cá Maíra’. E eu do lado de fora [dizia] ‘não quero’, e minha mãe [falava] ‘vai Maíra’. Eu não queria, mas minha mãe ficava ‘larga de ser chata, Maíra, vai’, e aí eu ia”, desabafou ela.

Durante o bate-papo, a ex-BBB pontuou que naquela época não se falava de sexo em casa, por isso não sabia como relatar o corrido a seus pais.

“Hoje em dia a gente está tendo mais coragem de falar sobre isso. Era uma coisa muito silenciosa, muito ‘normal’. A gente não lembra de muita coisa, as mulheres apagam muita coisa. Têm coisas muito fortes que nem cabem contar”, destacou ela.

“Eu não podia falar de sexo porque não entendia e meu pai era muito machista, não sabia o que era aquilo, o que faz com que o abuso fique mais fácil, porque se você sabe o que não pode, você se protege. Se você não sabe, você fica vulnerável, você não entende o que está acontecendo”, disse.

A empresária também contou que, aos 7 anos, tinha um professor de ginástica olímpica que a abusava na frente de outras pessoas.

“O meu professor me obrigava a sentar no colo dele de pau duro e ficava me esfregando. Todos os dias ele fazia isso, só que ele fazia na frente de todas as pessoas e eu achava que era normal porque ele estava fazendo na frente de todo mundo. Na cabeça da criança, se todo mundo tá vendo deve ser normal, mas eu sentia um incômodo enorme, eu chegava a passar mal, vomitar, era horrível, mas eu não sabia o que era”, relatou ela.

Denúncia à Central de Atendimento à Mulher

Mulheres que sofreram ou estão em situação de violência, seja física, psicológica ou sexual, podem ligar para a Central de Atendimento à Mulher através do número 180.

O serviço funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. As denúncias são encaminhadas para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 9610-0180.

Maíra Cardi. Reprodução/podcast PodC.