BRASÍLIA (Reuters) -Oito ministros do Supremo Tribunal Federal acompanharam até o início da tarde a decisão de Alexandre de Moraes pela desobstrução imediata de estradas bloqueadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que defendem o desrespeito ao resultado das eleições.

Apenas os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados à corte por Bolsonaro, ainda não tinham se manifestado no julgamento realizado em sessão virtual.

Acompanharam a decisão de Moraes os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. Os dois indicados por Bolsonaro têm até o final desta terça para votarem.

Em sua decisão, Moraes determinou que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques adote imediatamente todas as medidas necessárias para a desobstrução das vias sob pena em caráter pessoal de 100.000 mil reais a partir da meia-noite de terça-feira, “em face da apontada omissão e inércia da PRF”, além de prever, “se for o caso” o afastamento do dirigente de suas funções e a prisão em flagrante pelo crime de desobediência.

Os manifestantes bolsonaristas mostram-se inconformados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial no último domingo e defendem abertamente o desrespeito ao resultado que deu um terceiro mandato ao petista com mais de 60 milhões de votos, pedindo uma intervenção militar no país.

Até o momento –mais de 36 horas após a definição da eleição– Bolsonaro não se manifestou sobre o resultado das urnas, tampouco comentou os protestos de seus apoiadores contrários à eleição de Lula.

Não houve qualquer relato de fraude na eleição de domingo, que foi reconhecida como limpa e justa por autoridades no Brasil e no exterior.

(Reportagem de Ricardo Brito e Eduardo SimõesEdição de Camila Moreira e Alexandre Caverni)

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