O maior julgamento contra ativistas pró-democracia de Hong Kong entra na fase final nesta quarta-feira (29), mais de mil dias após o início do processo contra 47 pessoas acusadas de violar a lei de Segurança Nacional imposta por Pequim.

A Suprema Corte da cidade semiautônoma chinesa iniciou nesta quarta-feira a fase final do processo, na qual acusação e defesa devem apresentar seus argumentos antes da deliberação e da sentença.

Os 47 réus, que incluem algumas das figuras mais conhecidas do movimento pró-democracia da cidade, são acusados de “conspiração para cometer subversão”.

O crime pode resultar em uma pena de prisão perpétua com base na lei de Segurança Nacional imposta por Pequim em 2020 no centro financeiro, uma resposta às grandes manifestações pró-democracia de 2019.

A acusação afirma que os ativistas organizaram, participaram e apoiaram eleições primárias não oficiais em julho de 2020 para determinar os candidatos da oposição na votação para o organismo legislativo municipal.

As acusações foram apresentadas em março de 2021. Muitos réus não receberam o direito da liberdade após o pagamento de fiança e estão na prisão desde então. Do grupo, 31 se declararam culpados.

O julgamento, que começou em fevereiro, acontece sem júri, algo incomum na tradição judicial da cidade, e com três juízes veteranos da Suprema Corte designados pelo governo de Hong Kong.

A fase final deve durar pelo menos 10 dias, antes do início da deliberação do tribunal.

su/dhc/cwl/dbh/zm