A atriz pornô e influencer Ester Caroline Pessato, de 24 anos, não foi incluída na lista de candidatos do PT. Em maio, uma decisão liminar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinou que o partido fizesse a filiação dela. As informações são do jornal O Globo.

Tigresa Vip, como é conhecida nas redes sociais, pretendia disputar uma vaga de deputada estadual em Mato Grosso. Ela chegou a ter sua pré-candidatura anunciada em um evento do partido.

“Maior humilhação que eu já vivi na minha vida até hoje. Não foi humilhação passar fome, morar nos sem-terra. Não é humilhação ser atriz pornô, entendeu? A maior humilhação foi quando o PT me expulsou e excluiu a minha filiação”, disse Ester em vídeo divulgado na sexta-feira (5).

Na gravação, a jovem diz que o presidente do PT no MT, o deputado estadual Valdir Barranco, e a deputada federal Rosa Neide são os responsáveis por articularem a suspensão da filiação dela, bem como bloquearem sua candidatura.

“Só quero lembrar para você, professora e deputada Rosa Neide, quando você for pedir voto pras garotas de programa, pras atrizes pornô, pras pretas, quero que você lembre o que você fez comigo. A humilhação que você fez e está fazendo eu passar até hoje. O senhor também lembre, seu Valdir Barranco, tudo o que você fez comigo, tá bom?”, afirmou a atriz.

A reportagem do jornal O Globo procurou Valdir Barranco e Rosa Neide, mas eles ainda não se manifestaram sobre as declarações de Ester.

Relembre o caso

Em abril, a atriz entrou com uma ação no TRE alegando que sofreu discriminação ao ter sua filiação suspensa sem direito de defesa, convocação para a pauta ou qualquer notificação de infração a agremiação.

Conforme a defesa da jovem, o PT fez uma ‘votação’ dirigida pela secretaria da legenda em um grupo de Whatsapp, cuja decisão resultou na suspensão da filiação da atriz.

“A única forma de suspender ou excluir um filiado é instaurar um processo, com direito ao contraditório e ampla defesa. E nada disso foi feito, eles sumariamente suspenderam a filiação”, disse Paulo Lemos, um dos advogados que representam a atriz.

A defesa ainda citou no processo um áudio atribuído à deputada federal Rosa Neide (PT) no qual ela teria alertado a presidenta do partido, Gleise Hoffman, sobre a filiação de Ester.

“Se é para fazer campanha política sendo chacota para o país, não estou disposta. Então, já enviei para a presidenta (Gleise Hoffman) e espero que segunda-feira o deputado Valdir Barranco, nosso presidente, possa fazer uma reunião e discutir a questão antes que seja tarde demais.”

Procurada pela imprensa local na época, Neide não negou a autoria do áudio. Porém, afirmou por meio de nota que o PT é um partido dinâmico e plural.