Maior feira de vinhos começa na Itália sob temor de tarifaço

VERONA, 6 ABR (ANSA) – Começou neste domingo (6) a 57ª edição da Vinitaly, principal feira mundial de vinhos e destilados e que acontece até 9 de abril em Verona, no norte da Itália, em meio aos temores sobre os impactos no setor do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.   

A partir da próxima quarta (9), os vinhos italianos pagarão uma alíquota de 20% – aplicada a todas as mercadorias da União Europeia – para entrar no mercado americano, destino cobiçado por vinícolas de todo o país.   

“Podemos estimar uma perda potencial de até 390 milhões de euros [R$ 2,5 bilhões] para os produtores italianos de vinho”, disse a confederação de agricultores Coldiretti, acrescentando que importadores nos EUA já estão pedindo para fabricantes na Itália abaixarem os preços para compensar o tarifaço.   

Temendo uma escalada que poderia prejudicar ainda mais o “made in Italy”, o ministro das Empresas, Adolfo Urso, disse na abertura da Vinitaly que a Europa precisa adotar uma reação “pensada, responsável e consciente para evitar uma guerra comercial”.   

O evento reúne cerca de 4 mil expositores em 18 pavilhões e deve receber compradores de aproximadamente 140 países, impulsionando um setor estratégico para a economia italiana.   

Esse mercado emprega quase 1 milhão de pessoas no “Belpaese” e corresponde a 1,1% do produto interno bruto (PIB) nacional.   

Apesar do recente tarifaço, permanece alta a confiança dos compradores americanos, com 3 mil deles confirmados na Vinitaly, número em linha com as edições anteriores.   

Outros países com delegações consistentes são Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Índia, Japão, Reino Unido e Singapura. A expectativa da Veronafiere, organizadora da feira, é receber mais de 30 mil pessoas do exterior durante o evento. (ANSA).