Para sorte da Pixar, o diretor Andrew Stanton nunca se esqueceu de Dory, o peixinho azul que sofre de perda de memória no inesquecível “Procurando Nemo” (2003). Foi com “Procurando Dory”, onde a personagem passa de coadjuvante para protagonista, que o estúdio acabou de bater o recorde de maior abertura de um filme de animação já registrada na América do Norte. Com estreia no Brasil prevista para o dia 30 em 3,9 mil salas, a aventura de Dory arrecadou US$ 135,1 milhões no primeiro fim de semana, superando “Shrek Terceiro”. A façanha dá novo fôlego à Pixar. “Procurando Dory” não só bate recordes como redime o estúdio de sua maior decepção. Lançado no ano passado, “O Bom Dinossauro”, arrecadou mundialmente um total de US$ 331 milhões, a pior bilheteria da história da Pixar.

A trama de Dory tem tudo para ultrapassar Nemo, que teve renda global de US$ 936,7 milhões. Stanton, responsável pelo roteiro e pela direção nos dois filmes, foi esperto o suficiente para colocar Dory em primeiro plano. Ainda que a sequência apresente um território familiar, ela não soa como repetição. Mesmo no título anterior, em que Dory ajudava Marlin, o pai de Nemo, a procurar o filho, Dory já era o personagem mais interessante. Tanto pelo problema de memória, que abriu possibilidades cômicas, como pela dublagem carismática de Ellen DeGeneres (no original). Segundo a Disney, Dory é o personagem mais popular da Disney e da Pixar no Facebook, com a sua página somando mais de 25 milhões de curtidas.

Tudo o que ficou sem resposta no primeiro filme, como as circunstâncias em que Dory se perdeu da família, é respondido aqui. A ação se passa um ano após os eventos de “Procurando Nemo”. Toda a trama é permeada com flashbacks, com as lembranças de Dory funcionando como pistas para a personagem descobrir o paradeiro de sua família. As melhores cenas envolvem Dory ainda bebê, aprendendo com os pais a fazer amigos, mesmo sendo irremediavelmente desmemoriada.

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Divulgação

“Dory nunca saiu da minha cabeça”

Diretor de sucessos como “Wall-E” (2008) e “Vida de Inseto” (1998), Andrew Stanton contou à ISTOÉ por que reencontrou a personagem 13 anos depois.

ISTOÉ – Por que a sequência só saiu agora?
Andrew Stanton – Como não sou fã de sequências, evitei o assunto na  Pixar por saber que eles topariam na hora, mesmo que a ideia não fosse incrível. Mas Dory nunca saiu da minha cabeça.

ISTOÉ – É verdade que, até se decidir pela filmagem, você não tinha imaginado um passado para Dory?
Stanton – Sim. Tudo o que coloquei dela no primeiro filme foi para colorir um pouco, sem a necessidade de explicar. Agora tive de inventar tudo, mas com a responsabilidade de a franquia fazer sentido.

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ISTOÉ – Ellen DeGeneres (comediante americana que dubla Dory) o pressionou a rodar a continuação?
Stanton – Um pouco. Ela passou pelo menos dez anos falando nisso. Eu levava na brincadeira, mas sabia que Ellen tinha um carinho especial por Dory. A personagem marcou a sua volta ao showbiz.


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