ROMA, 23 NOV (ANSA) – O grupo francês Vivendi, maior acionista da TIM, afirmou nesta terça-feira (23) que não tem intenção de se desfazer de sua participação na empresa italiana, que está na mira da gestora de investimentos americana KKR.   

“A Vivendi é uma investidora de longo prazo na TIM e não pretende se desfazer de sua própria cota”, disse um porta-voz da companhia, reiterando a “vontade de colaborar com as autoridades e instituições italianas para o sucesso” da TIM.   

Além disso, o grupo francês destacou que a oferta da KKR não “espelha o real valor” da operadora italiana. A proposta da gestora americana é de 0,505 euro por ação, o que totalizaria 11 bilhões de euros por 100% da TIM.   

A oferta estaria sujeita a uma adesão mínima de 51% do capital social da operadora, o que dispensaria a necessidade de um aval da Vivendi, que detém quase 24% das ações.   

O governo, no entanto, é dono de uma fatia de quase 10% por meio do banco de investimentos Cassa Depositi e Prestiti (CDP) e tem poder de veto.   

O Ministério da Economia da Itália, controlador da CDP, disse que o “interesse dos investidores em importantes empresas” nacionais é uma “notícia positiva para o país”, mas garantiu que acompanhará “com atenção” o desenvolvimento da oferta, especialmente em relação a projetos de infraestrutura.   

“O objetivo do governo é assegurar que esses projetos sejam compatíveis com a rápida conclusão da conexão com banda ultralarga e com a proteção dos empregos”, afirmou o Ministério da Economia.   

Diversos sindicatos e políticos já se manifestaram sobre a oferta da KKR e pediram que o governo evite o fatiamento da TIM, proteja os trabalhadores da operadora e não abra mão da infraestrutura de rede.   

“O mercado que faça a sua parte nos serviços, somos liberais, mas a rede deve ficar nas mãos do Estado”, disse o coordenador nacional do partido de direita Força Itália (FI), Antonio Tajani. (ANSA).