A investigação que apura o uso de fake news na campanha presidencial de Bolsonaro também tenta descobrir como foi possível disseminar tantas mensagens por grupos de WhatsApp em tão pouco tempo e de forma tão direta e eficiente. A suspeita é que a coordenação da campanha contratou empresas de disparo de mensagens que se valem de mailings eletrônicos atualizados comprados clandestinamente de funcionários da Anatel, a agência reguladora de telecomunicações. Como entre as informações constam os CEPs dos usuários, se tornaria fácil mapear os grupos por áreas geográficas, a fim de também impulsionar as candidaturas para o legislativo. Além das informações privadas, houve também muita ação de militância, o que não é um problema de legislação eleitoral. Ilegal é se valer de dados privados usados em serviços públicos para outros fins. Há indícios de que as empresas que obtiveram os mailings ilegalmente estejam baseadas na cidade de São Paulo.