MATEMÁTICA Rodrigo Maia calcula seu futuro político, caso assuma a
presidência no lugar
de Temer (Crédito:DIDA SAMPAIO )

Enquanto o clima no Congresso Nacional se deteriora para Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), faz as contas. Hoje, em uma eleição indireta, o nome de maior consenso para assumir definitivamente o lugar do peemedebista é mesmo o de Maia. Porém, ele disse reservadamente a alguns interlocutores que ocupar o Palácio do Planalto além da interinidade de 180 dias pode lhe custar o foro privilegiado depois de 2018. Isso porque, para disputar a reeleição ao cargo de deputado federal, ele teria de deixar a Presidência da República em março do ano que vem. E isso não faz sentido.

Plano B

Caso tudo dê errado para Temer, Rodrigo Maia teria como alternativa permanecer na Presidência da República até 2018. Aproveitar a máquina federal e a visibilidade concedida pelo novo cargo para disputar a reeleição presidencial, com a ajuda de setores da direita e do centro. Entretanto, além de não ser carismático, está na mira da Lava Jato.

Ocupação

Como não existe espaço vago no poder, congressistas já começaram a discutir quem seria o novo presidente da Câmara dos Deputados, no lugar de Rodrigo Maia. O apoio para Maia ascender à Presidência da República está diretamente vinculado à articulação em torno da ocupação da cadeira. Políticos já voam agitados em torno do novo filé.

Rápidas

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* A classificação indicativa de programa de TV é atribuição do Ministério da Justiça. Mas Torquato Jardim quer mudança. “Deveria ser resolvido pela sociedade civil, pois o guri está vendo no celular muita coisa já aos seis anos. É um serviço que a tecnologia transformou em jurássico e o governo não se livrou”.

* Para organizações que o visitam no Palácio da Justiça, o ministro recomenda que se organizem e façam como nos EUA: “A distribuidora de filmes tem espalhado pelo país grupos focais com equilíbrio de perfis para testar uma cena. E aí a associação tal dá a recomendação”.

* No embalo das delações premiadas da Lava Jato, a Polícia Civil do Distrito Federal também vai aderir aos acordos de colaboração como peça fundamental dos inquéritos.

* A direção da corporação fará curso com todos os delegados de Brasília para ensinar como devem proceder com os termos dos acordos. Querem evitar que sejam celebradas colaborações cujo maior beneficiado é o investigado.

Métodos incisivos

Está grande a pressão para senadores votarem contra a reforma trabalhista, que avança no Senado. A CUT espalhou outdoors por Brasília com os dizeres: “Reguffe e Hélio José votarão contra o retrocesso trabalhista. E você, Cristovam Buarque?”. Estampou uma foto do senador do PPS-DF e o número de telefone do gabinete dele, para que a população ligue e pressione. Até agora Buarque ainda não se pronunciou.

Retrato falado

“Em um país em que a cultura é oposta à legalidade, precisamos nos proteger como advogados” (Crédito:Divulgação)

Em meio a tantos escândalos, a doutora em direito comercial e professora da UNB Ana Frazão prepara projeto de compliance para escritórios de advocacia: “é preciso estruturar o exercício da nossa atividade, às vezes de risco, para nos protegermos. Temos de saber quais providências tomar ao receber um cliente, ao lidar com informações sigilosas e formas de pagamento”. Dia 28, Ana, que foi do Cade, lança livro sobre Direito de Concorrência, no STJ.

Paz, amor e proteção

Um grupo de senadores das mais diversas legendas como PT e PSDB, quase todos encrencados na Lava Jato, está pactuando uma espécie de trégua entre si. Daqui até a eleição de 2018 vão diminuir drasticamente os ataques pessoais e entre seus partidos. A ordem é unir forças contra os inimigos comuns, que são as instituições, movimentos e pessoas que são “contra”
a classe política. Esses parlamentares querem contra-atacar e defender a ideia de que não há solução fora da política. Esse discurso está tomando forma pluripartidária. O grupo começa a aglutinar também deputados e líderes partidários sem mandato.


Morde e assopra

Divulgação

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, viaja em julho para Washington. Quer buscar intercâmbio de tecnologia para as polícias brasileiras. E discutir a expansão da cooperação internacional para as áreas cível e administrativa. Enquanto isso, a PF de Curitiba extingue a força-tarefa da Lava-Jato por falta de dinheiro.

Conta tudo

Divulgação

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha arrolou como testemunhas o presidente da Caixa, Gilberto Magalhães Occhi,
e vices de diversas áreas do banco. A audiência se deu às 14h30 da quinta-feira 6, na Justiça Federal de Brasília. Forte esquema de segurança foi montado para não haver risco às autoridades.

Toma lá dá cá

Sergio Gusmão Suchodolski, diretor de estratégia do novo banco de desenvolvimento (NDLB), o banco dos BRICS.

O NDB está contratando?
Sim, procuramos jovens – ou nem tanto (risos) – com boa formação. Queremos atrair talentos brasileiros para trabalhar com a gente. Nossa sede é em Xangai, estamos abrindo escritório em Joanesburgo, abriremos no Brasil, mas ainda não decidimos em qual cidade. Tem mais informações no nosso site ndb.int. Queremos gente de diversas áreas, como economia, administração, advocacia, tecnologia da informação e comunicação.

O banco costuma ressaltar como diferencial, entre outros pontos, a opção do cliente tomar empréstimos em moeda local. Qual é o impacto disso?
O NBD pode emitir bônus e captar recursos em moeda local. Nesse caso, o empresário, ou o governo que tomar o empréstimo, não estão sujeitos ao risco cambial, diferentemente do que acontece com o Banco Mundial e com o BID, por exemplo. Se houver uma disparada do dólar, a dívida não vai se multiplicar. No ano passado, captamos um “green bond” de US$ 450 milhões em yuan para disponibilizar na China.  Também temos como diferencial critérios com foco para a aplicação desse recurso em projetos sustentáveis, relacionados à preservação do meio ambiente.

Como estão as negociações com outros países, além dos Brics, que se interessam por ser acionistas do banco?
Isso ainda é sigiloso. Mas posso dizer que estamos em conversas preliminares com mais ou menos 40 países interessados por se tornarem acionistas. No horizonte do ano que vem
já poderemos anunciar diversos deles.

 

 



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