10/02/2022 - 11:49
ROMA, 10 FEV (ANSA) – O mafioso italiano Gioacchino Gammino, considerado um dos 20 foragidos mais perigosos do país, será extraditado pela Espanha e deve chegar a Roma nesta sexta-feira (11), informam as autoridades das duas nações.
A Espanha liberou a execução do mandado de prisão europeu, que havia sido emitido pela Procuradoria da República por meio do Tribunal de Agrigento em 29 de maio de 2014. Por conta da “profunda e intensa cooperação” de espanhóis e italianos, o procedimento foi realizado de maneira célere.
O criminoso era um dos líderes da máfia Stidda, grupo de que tem forte presença em áreas rurais da Sicília e que é rival do famoso grupo Cosa Nostra.
A prisão de Gammino virou notícia em todo o mundo porque ele foi localizado pelas autoridades por meio de uma imagem no Google Maps. Foragido há cerca de 20 anos, o italiano vivia em Galapagar sob o nome falso de Manuel. Lá se casou e trabalhava como chef, além de ser dono de uma loja de frutas e vegetais.
Durante todo o tempo, a polícia siciliana fez diversas operações para tentar localizar o homem, que agora tem 61 anos, mas não havia obtido sucesso. Porém, ao analisar uma foto de dois homens conversando em frente a um hortifrúti chamado El Huerto de Manu, verificou-se a possibilidade de um deles ser Gammino.
Os policiais foram checar mais a fundo os locais em Galapagar e encontraram uma foto de “Manuel”, vestido como chef, em uma página de um restaurante no Facebook e não tiveram dúvidas de que se tratava do mafioso.
A prisão foi efetuada no dia 17 de dezembro de 2021, mas só foi tornada pública em 5 de janeiro deste ano.
O mafioso já foi condenado por assassinato e outros crimes com escopo mafioso à prisão perpétua e chegou a ser preso em 1984, quando foi investigado pelo juiz Giovanni Falcone, assassinado pela Cosa Nostra em 1992. Após fugir, ele foi detido pela segunda vez em Barcelona em 1998 e foi levado para o presídio de Rebibbia, em Roma.
Porém, em 2002, conseguiu fugir novamente durante a gravação de um filme no presídio e era procurado desde então. Em 2014, foi publicado um mandado de prisão internacional porque os investigadores acreditavam que ele já não estava mais escondido na Itália. (ANSA).